De olho no Planalto, Doria prega privatizar Petrobras e fundir bancos

Assumidamente disposto a disputar a Presidência da República em 2018, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu sem pudores nesta terça-feira (12) a privatização gradual da Petrobras e a fusão do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Prefeito de São Paulo. João Doria - Reprodução Facebook

"Eu acredito e defendo uma privatização gradual da Petrobras. Ela tem tantos braços e tentáculos que é até difícil de elencar a quantidade de empresas dominadas por ela", disse Doria, durante evento com empresários do setor de infraestrutura na capital paulista.

De forma contraditória e ignorando o que se verificou com as empresas já privatizadas, o prefeito tentou passar a ideia de que a desestatização seria boa para os fuincionários. "Eu defendo uma privatização gradual da Petrobras para que não haja prejuízo para seu corpo funcional, que é muito bom e sério. [A Petrobras] Foi muito afetada pelo assalto do PT ao longo de 13 anos, mas é uma instituição de valor e pode gradualmente caminhar para sua privatização sem prejuízo funcional, humano ou estratégico para o Brasil", disse

As críiticas ao PT têm ajudado a construir o discurso falacioso de que a Petrobras estaria quebrada, argumento utilizado para tentar justificar a privatização. Diante do endividamento da estatal – que na prática é maior que o de suas concorrentes por que a empresa investiu para descobrir o pré-sal e os resultados dessas iniciativas têm resultado de longo prazo -, a entrega do patrimônio público é apontada como única saída possível pelos neoliberais. 

Sobre os bancos públicos, Doria afirmou que o ideal seria uma fusão entre Banco do Brasil e Caixa, para evitar "a sobreposição e o uso político também". Partidário da mesma visão do atual presidente, que ignora o papel das instituições financeiras públicas no desenvolvimento do país, o prefeito que quer chegar ao Planalto foi direto: "não vejo razão para o Brasil ter dois bancos".

"Respeitando as duas instituições, podemos avaliar a hipótese de uma fusão sem gerar desemprego, formando um banco de altíssima qualidade, capacitada a atuar desde os programas de financiamento rural e casa própria até os de empréstimo e financiamento ao empreendedorismo", disse.