Coreia Popular diz que nova sanção é parte do "jogo selvagem dos EUA"

A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) rechaçou a decisão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) de aprovar uma resolução impondo novas sanções contra o país, em retaliação ao teste nuclear realizado no dia 3 de setembro.

Tae Song Han embaixador da Coreia Popula - Reuters

Em discurso na Conferência de Desarmamento da ONU, que se reúne em Genebra, o embaixador da Coreia Popular, Tae Song Han, disse que seu país "rejeita categoricamente" essa resolução, classificando como "uma manifestação extrema da vontade americana de eliminar a todo preço o sistema ideológico e social", da RPDC.

Segundo o diplomata, o objetivo do imperialismo norte-americano é disparar “um confronto político, econômico e militar", pois "está obcecado com o jogo selvagem de reverter o desenvolvimento de força nuclear pela Coreia Popular, que já atingiu a fase de finalização”.

Ele advertiu ainda que tal investida vai "causar aos EUA a maior dor que já conheceu em sua história".

A nova sanção, a terceira ação do Conselho de Segurança dirigida ao país asiático nas últimas cinco semanas, busca asfixiar economicamente o país. Reduz o abastecimento de petróleo da RPDC em quase 30%, proíbe todas as suas exportações de têxteis, que totalizam US$ 800 milhões. Com as novas medidas, 90% das exportações da RPDC passam a ser proibidas.

O pacote de sanções proposto pelos EUA afeta severamente a capacidade de abastecimento de combustível do país.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, resumiu a estratégia norte-americana: “A guerra econômica funciona com a Coreia”.

China defende diálogo

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, por sua vez, reafirmou nesta terça-feira (12) que a China se opõe veementemente aos testes nucleares, por considerar que não contribui para a estabilidade na Península Coreana a longo prazo. Mas reforçou que o governo chinês vai atuar para promover o diálogo.

Ele destacou a proposta da “mobilização a duas vias” e “suspensão dupla” para resolver a questão, apelando às partes envolvidas para trabalharem juntamente com a China para impulsionar o diálogo e a negociação com vista à desnuclearização.

"Recorremos a todas as partes interessadas para que considerem ativamente essa iniciativa e, junto com a China, empreendam esforços para promover o diálogo e consultas a fim de contribuir para o processo de desnuclearização, alcançar a paz e a estabilidade na península", declarou Geng.

A ideia de duplo congelamento é uma proposta da Rússia e China, que prevê a suspensão simultânea do programa de armas nucleares e de mísseis da Coreia Popular e dos exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos EUA. A proposta foi apresentada em 4 de julho em um anúncio conjunto firmado em Moscou.