Líder da Farc pede perdão ao papa pelas vítimas da guerrilha

O líder máximo das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, agora presidente do partido, pediu perdão nesta sexta-feira (8) em uma carta ao papa Francisco pelas vítimas da guerrilha na Colômbia.

Rodrigo Lodoño - Efe

"Suas reiteradas exposições sobre a misericórdia infinita de Deus me movem a suplicar por seu perdão por qualquer lágrima ou dor que tenhamos causado ao povo da Colômbia ou a um de seus integrantes", escreveu "Timochenko".

Londoño acrescentou que as Farc, que se transformaram no partido político, após a guerrilha abandonar as armas, rejeitaram "qualquer manifestação de ódio e de violência".

Além disso, disse que os ex-guerrilheiros perdoaram aqueles que eram seus inimigos e realizaram um "ato de contrição indispensável" para reconhecer seus "erros e pedir perdão a todos os homens e mulheres que de algum modo foram vítimas" de suas ações.

Na carta, o ex-líder insurgente pediu ao papa para "convidar todo o povo colombiano a orar para que não se frustre o enorme esforço que envolveu formar a mesa de conversações" para o acordo de paz que o governo e Farc assinaram no ano passado.

Lodoño se desculpou com o pontífice por não comparecer à sua excursão de cinco dias pela Colômbia e indicou que sua ausência se deve a "problemas de saúde", após ter sofrido um ataque isquêmico transitório em julho, do qual se recupera em Cuba.

Finalmente, disse ter certeza de que a passagem do pontífice pelo país marcará a história da Colômbia e que o amor professado pelo papa ao povo colombiano trará "a paz, a reconciliação e a justiça que tanto desejam os filhos e filhas desta pátria".