Lula e Dilma contestam denúncia de Janot

Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, através de suas assessorias de imprensa contestaram a denúncia encaminhada ao STF pelo Procurador Geral da República Rodrigo Janot de que eles teriam constituído uma organização criminosa. Para Lula, trata-se de uma ação política e Dilma afirma que a denúncia não tem qualquer fundamento. Para o advogado de Lula, trata-se de uma violência jurídica.

Lula e Dilma - Ricardo Stuckert/Instituto Lula

A assessoria do ex-presidente Lula divulgou nota em que afirma que “a denúncia da PGR, sem qualquer fundamento, é uma ação política”. A nota considera que a denúncia “é o auge da campanha de perseguição contra o ex-presidente Lula movida por setores partidarizados do sistema judicial”. Para a assessoria de Lula a iniciativa do Procurador Geral, ao anunciar a denúncia, tenta criar um fato negativo no dia em que Lula conclui sua vitoriosa jornada pelo Nordeste.

Já a assessoria da presidenta Dilma Rousseff afirma que a denúncia de Rodrigo Janot não tem qualquer fundamento, não possui provas ou indícios da materialidade de crime. Para Dilma, “caberá ao STF garantir o amplo direito de defesa e reparar a verdade, rejeitando-a”. A presidenta acredita que “a Justiça será feita e não prevalecerá o Estado de Exceção. Não há mais espaço para a Justiça do Inimigo”.

Violência jurídica

Através de sua conta no Twitter, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins afirmou que a acusação de que o ex-presidente lideraria uma organização criminosa é a “reedição do famigerado PowerPoint" apresentado pelos procudaores da Operação Lava Jato no dia 19 de setembro de 2016”. Para Zanin “as mesmas delações ou projetos de delações que se revelaram uma farsa servem para embasar a nova denúncia”.

O advogado contesta também o uso da delação do ex-senador Delcídio Amaral para embasara denúncia. Ocorre que a delação foi considerada "grotesca" pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal. O defensor de Lula chama de "violência jurídica" o fato da denúncia acusar Lula da prática de um crime no cargo de Presidente que somente passou a existir em setembro de 2013, quando Lula já havia deixado a presidência há mais de dois anos.