Maia admite que nova denúncia enfraquece governo Temer

Ocupando a presidência da República durante a viagem de Michel Temer pela China, Rodrigo Maia (presidente da Câmara dos Deputados), afirmou nesta segunda-feira (4) que a possível nova denúncia contra Michel Temer pela Procuradoria Geral da República deve ser analisada de forma “rápida”

(Foto: Agência Câmara)

"Parece que haverá uma segunda denúncia contra o presidente da República e nós que cumprimos os prazos regulamentares devemos, claro, analisar com todo o respeito e analisar de forma rápida para que a gente possa olhar no horizonte essa agenda de mudanças que o Brasil tanto precisa", afirmou.

Maia admite que a nova denúncia enfraquece o apoio do governo, inclusive para aprovar a agenda de reformas. "Hoje tem menos votos do que alguns dias que tinha 280 votos", disse ele, expressando a preocupação de que para aprovar proposta de emenda à Constituição, são necessários 308 votos dos 513 deputados.

"Não dá para negar que a relação de forças do governo no Congresso perdeu alguma força. Esse tipo de ato, uma denúncia [contra Temer], gera desgaste, gera algum tipo de desarticulação", acrescentou, dizendo ainda que, "de fato, há um certo incômodo em parte da base aliada".

As especulação em torno da nova denúncia dão conta de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aguarda apenas a homologação da delação do doleiro Lúcio Funaro, pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para apresentar oficialmente a segunda denúncia contra Temer. a primeira ele engavetou em agosto, após votação apertada na Câmara, por 263 contra 227.

“Temos que começar a separar as coisas", disse Maia, defendendo o andamento das reformas. O discurso foi feito durante o Fórum Exame, voltado a empresários, na capital paulista.

De acordo com ele, a nova denúncia vai respeitar o regimento que prevê até dez sessões para o presidente fazer sua defesa e cinco para uma comissão votar. “Depois disso nós temos o prazo de produção dos avulsos depois disso produzido, que leva 12 horas, no máximo um dia, a gente pode votar no plenário”.