UFMG tem corte de 10% no orçamento e obras paradas

São oito obras paradas por falta de recurso sem previsão para serem retomadas. Redução de verbas também impacta na falta de materiais para pesquisas e serviços básicos, além da demissão de funcionários

UFMG - .

Em mais um cenário do desmonte no ensino público promovido pelo governo Temer, o campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, tem obras paradas, falta de materiais e redução de serviços básicos, por conta do corte de 10% no orçamento.

Em 2017, são R$ 17 milhões de reais a menos para custeio, como compra de materiais para pesquisa, pagamento de fornecedores e manutenção. Das dez construções em andamento no campus, apenas duas serão entregues neste ano: a moradia estudantil e Centro de Atividades Didáticas de Ciências Exatas (CAD 3).

"Todas as outras oito obras, por falta de recursos, estão paralisadas, e, até segunda ordem, a menos que recebamos mais recursos financeiros, assim permanecerão. É uma situação que preocupa não apenas a UFMG, mas de todas as outras universidades federais do país", diz o reitor Jaime Ramirez, em reportagem da Rede Minas.

Por conta dos cortes, serviços como portaria e limpeza foram reduzidos. "Não só os alunos mas nós, servidores também, principalmente aqueles que trabalham no horário noturno, têm sofrido com essa violência", diz a servidora Cristina Del Papa. Segundo ela, o corte de funcionários da portaria, por exemplo, tem contribuído para o aumento da sensação de insegurança no campus.

Neste ano, a UFMG foi a universidade mais procurada no Sistema de Seleção Unificado (Sisu) deste ano, com 171 mil inscrições para as cerca de 6.200 vagas na graduação. Em 2013, a instituição introduziu o sistema, e, no ano seguinte, aderiram ao Sisu e ao Enem, o que de democratizou o acesso.

"Você espera chegar numa universidade que tem uma condição de te atender de uma forma satisfatória, que tenha uma estrutura razoável, material disponível, pesquisa, que tenha os laboratórios em funcionamento. Com os sucessivos cortes na educação, não é o que vem acontecendo. Isso é uma preocupação muito grande", reclama o estudante João Pedro Maia.