Comunistas apontam os caminhos para o Brasil  

Perto de comemorar um século de luta na vida política nacional, o Partido Comunista do Brasil lançou, nesta quarta-feira (30), as teses do seu 14º Congresso. O poema de Thiago de Melo, “faz escuro, mas eu canto”, foi a tônica das falas do presidente da República em exercício, lideranças partidárias, dirigentes de movimentos sociais e diplomatas presentes na solenidade. 

Por Iberê Lopes

Ato de lançamento da tese do PCdoB - Richard Silva / ASCOM PCdoB na Câmara

A líder do PCdoB na Câmara, Alice Portugal (BA), enfatizou o perfil democrático presente nos debates que ocorrerão, em novembro deste ano, durante a discussão das teses. “E, ao final, nós vamos tirar o extrato, da média do pensamento partidário, e da efetiva construção desta luta que estamos todos imbuídos. Pela recuperação da democracia no Brasil, ferida gravemente. Mas, acima de tudo, de elevar alto a bandeira do socialismo”, concluiu Alice.

A presidenta nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), salientou que a legenda se apresenta para ajudar o país neste momento “grave e singular” da história política. E que o período de transição e superação da crise não se dará sem a presença dos comunistas na defesa da democracia.

“É urgente buscarmos saídas para esta situação. E o documento que ora apresentamos fala da defesa da democracia e dos direitos da população brasileira”. A presidente fez um chamado aos progressistas para a formação de uma frente ampla que aponte o horizonte do desenvolvimento e da retomada do crescimento da economia.

De acordo com o presidente da República em exercício, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o PCdoB cumpre um papel destacado no Parlamento. “É uma honra estar aqui mais uma vez, prestigiando um partido que tem ideias, que defende com convicção aquilo que acredita. Um partido com quem tenho construído, há muito tempo aqui na Câmara, uma relação de diálogo muito correta, transparente e franca”, disse Maia.

Em sua intervenção, a presidente do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mencionou o começo de sua trajetória na cena política. “Iniciei minha vida partidária no PCdoB. Grande parte da minha formação política eu devo ao PCdoB. Tenho respeito pela luta e pela defesa da democracia”.

“Tenho respeito, sobretudo, por duas características desse partido. O empoderamento dos jovens e o empoderamento das mulheres”, enfatizou Gleisi, que acrescentou ter “grande carinho pelo Partido”.

Sobre o período de retrocesso que vive o Brasil, a dirigente petista lembrou que nesta quinta-feira (31) completa um ano do afastamento de Dilma Rousseff da presidência da República e questionou: “O que mudou na vida do povo brasileiro? O que melhorou para esta nação e para este país?”. A própria senadora disse que “absolutamente nada” mudou. “O Brasil que já foi um país que se livrou da fome da miséria, passa a figurar de novo no Mapa da Fome”.

No comando da Câmara nesta semana, o presidente André Fufuca (PP-MA) fez referência ao espírito de juventude que pulsa no PCdoB desde a sua fundação em 1922. “É o partido que teve origem em jovens, como é o caso de Prestes. Um jovem do exército que saiu do sertão do nordeste para anunciar ao Brasil, a todos, o flagelo do povo nordestino”.

Representando os movimentos sociais e estudantis, Marianna Dias, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), reforçou a dedicação do partido na construção de governos e legislaturas que correspondam aos anseios da sociedade. “Temos um PCdoB que acredita na política e que sempre lutou pelo nosso povo. Composto em sua maioria de pessoas jovens e mulheres, que ajudam o partido na sua condução”.

E Marianna completou dizendo que as teses do 14° Congresso do PCdoB expressam as nossas “melhores ideias”. “Representa para a sociedade a dedicação para enfrentar o que for necessário para defender o nosso povo e os nossos direitos”.