Assassinato de juíza em São Paulo, mais um caso de feminicídio 

A ANAMATRA – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho e a AMATRA 2 – Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região divulgou em nota a indignação perante ao assassinato da juíza Claudia Zerati, titular da 2ª Vara de Franco da Rocha, morta pelo marido no domingo (20) 

Claudia Zerati

A juíza do trabalho Claudia Zerati foi baleada pelo marido, o delegado Cristian Lanfredi, no final da tarde do domingo (20). Lanfredi deixou a filha do casal com o padrinho da menina, como op último informiou a polícia, às 16h. Logo depois voltou ao apartamento da família, localizado no bairro nobre de Perdizes, em São Paulo, atirou na mulher e em seguida se matou, de acordo com as informações da investigação. 

Segundo o padrinho, a menina contou a ele que os pais brigaram porque Lanfredi havia se recusado a tomar seu remédio; o delegado estava afastado do trabalho para tratamento.

O Tribunal Regional do Trabalho, a ANAMATRA e a AMATRA 2 divulgaram notas de pesar pela morte da magistrada; as duas últimas associações reafirmaram seu pesar e indignação frente a mais um caso de feminicídio (perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino), situação grave e e constante no Brasil. "Em 2016, contabilizávamos 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, ocupando o 5º lugar no ranking mundial de países, quanto ao feminicídio. Pelos dados do Mapa da Violência 2015, dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados no Brasil em 2013, 50,3% foram cometidos por familiares (33,2% pelo parceiro). O machismo mata".

Confira a nota das associações na ínegra abaixo: 

NOTA DE PESAR

A ANAMATRA – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho e a AMATRA 2 – Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região vêm a público externar a sua indignação e o seu pesar pelo falecimento da juíza Claudia Zerati, titular da 2ª Vara de Franco da Rocha, ocorrido na data de hoje (20/8).

De outro turno, a se confirmar o quadro de violência doméstica descrito pelo BO n. 4.397/2017 (SSP/SP), as Associações subscritoras também se servem da presente nota para repudiar os gritantes números de feminicídio que ainda grassam no Brasil, evidenciando uma realidade trágica que, agora, colhe a vida de uma juíza do Trabalho. Em 2016, contabilizávamos 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, ocupando o 5º lugar no ranking mundial de países, quanto ao feminicídio. Pelos dados do Mapa da Violência 2015, dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados no Brasil em 2013, 50,3% foram cometidos por familiares (33,2% pelo parceiro). O machismo mata. E as campanhas publicitárias de ocasião não bastam para contê-lo.

À Magistratura do Trabalho da 2ª Região e à família de Cláudia Zerati, endereçamos as nossas sinceras condolências. Às autoridades policiais, pedimos uma rigorosa e pronta apuração dos fatos, para o rápido esclarecimento de todos os aspectos eventualmente nebulosos que ainda cerquem esse trágico episódio.

Brasília/São Paulo, 20 de agosto de 2017.

Guilherme Guimarães Feliciano
Presidente da ANAMATRA

Fábio Ribeiro da Rocha
Presidente da AMATRA 2