Dilma Rousseff sobre dados de estupro no país: "É estarrecedor!"

Dados coletados pelo Ministério da Saúde e divulgados pela Folha de S.Paulo neste domingo (20) apontam um cenário desolador para as mulheres brasileiras. O país registra cerca de 10 estupros coletivos por dia e os números são os primeiros a captar a evolução desse tipo de violência sexual no país. A presidenta eleita Dilma Rousseff comentou essa atrocidade em sua página nas redes sociais.

Dilma Rousseff - Foto: Divulgação

"Barbárie contra as mulheres", publicou a primeira mulher eleita presidenta da República noBrasil, dizendo ser "estarrecedor o dado do Ministério da Saúde, que aponta dez estupros coletivos por dia no país" e esclarece, "o dobro anteriormente registrado, chegando a 3256 casos no ano passado. São crimes nos quais a vítima sofre o ataque por vários abusadores. Em geral saem com graves sequelas físicas e psíquicas, e ainda sofrem o julgamento da sociedade".

Dilma aproveitou para divulgar que durante seu governo atuou na tentativa de reduzir estes números, "passamos a notificar e ampliamos as formas de acolher as mulheres e meninas. Sancionei a lei que obriga os hospitais do SUS a prestar o atendimento completo, apoio psicológico e profilaxias para evitar doenças sexualmente transmissíveis (DST) e a interrupção da gestação quando necessário".

A presidenta explicou ainda que estes números podem ser ainda bem maiores, pois na realidade existe ainda muito receio da mulher de fazer esse tipo de queixa-crime. "Os 50 mil registros ao ano são a ponta do iceberg. Os estupros no Brasil podem ser dez vezes mais frequentes, chegando a 450 mil ao ano pelas estimativas do Ipea, uma verdadeira barbárie", sublinha Dilma.

Retrocesso no governo Temer

"O abandono das políticas públicas para as mulheres, o descaso com as Casas da Mulher Brasileira, justificados pelos cortes orçamentários, mostra a quem serve o governo golpista. Dinheiro desviado para comprar impunidade e cumplicidade no Congresso."

"A cultura do estupro tem que ser enfrentada com medidas de governo, políticas articuladas e em rede, e o compromisso intransigente com os direitos humanos das mulheres", escreveu Dilma Rousseff.