China: preparada para assumir mais responsabilidades no Oriente Médio

Com o poder crescente da China, o país está preparado para assumir mais responsabilidades para ajudar a resolver problemas em todo o mundo, especialmente no caótico Oriente Médio.

Por Zhi Linfei"

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 Ao lançar uma nova iniciativa de paz para impulsionar o processo de paz palestino-israelense, a China enviou um sinal de que está pronta para desempenhar um papel maior no processo de paz no Oriente Médio.

O presidente chinês, Xi Jinping, propôs um plano de quatro pontos sobre a questão da Palestina durante a visita do presidente palestino, Mahmoud Abbas, a Pequim, em julho.

Na proposta, Xi reiterou que a China apoia uma solução de dois Estados para a questão da Palestina e apoia a Palestina a construir um Estado independente e totalmente soberano ao longo das fronteiras de 1967 com Jerusalém Oriental como a sua capital. Ele também introduziu novas iniciativas, incluindo as medidas concretas da China para apoiar o desenvolvimento econômico da Palestina.

A China também ofereceu sediar um simpósio sobre a paz no final deste ano e lançou um mecanismo de diálogo tripartite com a Palestina e Israel para coordenar a implementação de grandes programas de assistência na Palestina, no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota da China.

A proposta está em consonância com a visão da China de alcançar um Oriente Médio pacífico e próspero, conforme elaborado em um discurso político que Xi fez durante sua visita à região no ano passado.

Falando na sede da Liga Árabe na capital do Egito, em janeiro de 2016, Xi propôs promover a paz através do desenvolvimento econômico como forma criativa de enfrentar os desafios da pobreza e do terrorismo no Oriente Médio.

Os países do Oriente Médio também foram convidados a participar ativamente da Iniciativa Cinturão e Rota para construir mais instalações de infraestrutura, de modo a criar mais oportunidades de emprego e tirar mais pessoas da pobreza.

No mês passado, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, realizou reuniões em Pequim com autoridades do Catar, Emirados Árabes Unidos e Tunísia para discutir o impasse do Golfo e o processo de paz da Líbia.

Wang apresentou uma proposta de três pontos para aliviar as tensões entre o Catar e o quarteto liderado pela Arábia Saudita através de diálogos políticos no âmbito do Conselho de Cooperação do Golfo, ao delinear quatro princípios sobre a resolução da questão líbia através de diálogos e negociações sob a liderança das Nações Unidas.

Alcançar a paz no Oriente Médio é a chave para a construção de “uma comunidade humana com destino compartilhado” conforme previsto pela China. O conceito visa a manter a paz, sustentar o desenvolvimento e garantir a prosperidade contínua através do desenvolvimento compartilhado de ganho mútuo.

À medida que a China entra no centro do cenário mundial, ela está pronta para aumentar o seu envolvimento com o Oriente Médio, numa época em que o Ocidente liderado pelos EUA está quase colocando fim em seu ponto de vista na busca de uma solução viável para o caos.

Com base em suas conquistas milagrosas na realização de um rápido crescimento econômico e da erradicação da pobreza, a China tem muitas experiências para compartilhar com o Oriente Médio.

A China também entregou mais bens públicos compatíveis com seu status como um grande país responsável, aumentando a ajuda humanitária em diversos países devastados pela guerra em toda a região, como a Palestina, o Sudão do Sul, a Síria, a Líbia e o Iêmen, e vários outros.

Em abril, a China prometeu fornecer ao Sudão do Sul 8.800 toneladas de arroz, das quais 1.500 toneladas já foram entregues. Em julho, a China contribuiu com 5 milhões de dólares americanos para o Programa de Alimentos da ONU em ajuda alimentar de emergência para o Iêmen com problemas de fome.

Sem dúvida, a nova iniciativa de paz da China e o aumento da contribuição darão um novo impulso aos esforços de paz no Oriente Médio, cuja estabilidade é tão crucial para alcançar a paz e a prosperidade mundial.