Faleceu Álvaro de Moya, pioneiro dos quadrinhos no Brasil

Faleceu na tarde desta segunda-feira (14), aos 87 anos, o jornalista, desenhista, ilustrador, escritor, diretor de cinema e televisão Álvaro de Moya. No dia 6 de agosto, ele teve um acidente vascular cerebral em sua casa, em São Paulo, ficou internado desde então, mas não resistiu.

Alvaro Moya

Um dos pioneiros em favor dos quadrinhos no Brasil, ele foi um dos responsáveis pela organização da Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, que aconteceu em São Paulo, no ano de 1951.

Moya trabalhou na linha Disney da Editora Abril, publicou adaptações de romances na Ebal, fez charges, ilustrações e matérias sobre quadrinhos para vários jornais, desenhou para livros infantis, foi professor na USP – Universidade de São Paulo, foi representante de autores internacionais no Brasil.

É autor de Shazam, O Mundo de Disney, História da História em Quadrinhos, Vapt Vupt, além de ter participado com artigos em diversos outros livros sobre o assunto. O mais recente, da Editora Criativo, celebrava seus 70 anos de carreira e sua amizade com Will Eisner e foi lançado este mês: Eisner / Moya – Memórias de Dois Grandes Nomes da Arte Sequencial.

Atencioso, sempre à disposição para um bate-papo, homem de grande cultura e artista multifacetado, ótimo contador de histórias, Álvaro de Moya era muito querido por seus pares.

O roteirista de quadrinhos cearense Zé Wellington lamentou a morte de Álvaro de Moya, a quem foi apresentado na cerimônia de entrega do meu Troféu HQMIX de 2016, quando recebeu o prêmio Roteirista Revelação. Wellington definiu Moya como "um cara apaixonado pelas histórias em quadrinhos" e desejou que o pioneiro "descanse em paz, porque sua missão aqui fez muito bem".