O dia que a Orquestra Simón Bolívar se rendeu ao reggaeton do Calle 13

Parece impossível unir o ritmo callejero de Porto Rico, o reggaeton, à música clássica. Sempre ousados, os integrantes do Calle 13 convidaram a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, da Venezuela, para uma apresentação conjunta durante a 12ª edição do Grammy Latino, em 2011. A parceria levou o público à loucura e rendeu elogios até do então presidente Hugo Chávez.

Orquestra Sinfônica Simón Bolívar - Divulgação

Chávez era um “fã confesso” de Calle 13, mais de uma vez afirmou que, para ele, a canção “Latinoamerica” poderia ser considerada “um hino da América Latina”. Não à toa, foi a escolhida para a apresentação da Orquestra em Las Vegas.

Toda a pompa da música clássica vai ao chão quando os 220 integrantes da Orquestra largam seus instrumentos para seguir o ritmo do rapper Residente que conduz a apresentação enquanto a cantora Lleana Cabra (a PG-13) canta os versos de Latinoamerica.

À época o diretor artístico da orquestra era o maestro e violinista venezuelano Gustavo Dudamel que hoje atua nas orquestras de Gotemburgo, na Suécia e de Los Angeles, nos Estados Unidos.

Inegraram o grupo Calle 13 Visitante, Residente e PG-13


Calle 13 foi famosa por seu posicionamento político à esquerda. Constantemente o porta-voz, Residente, usava camisetas com palavras de ordem sobre as questões sociais mais latentes dos países por onde a banda passava.

A canção Latinoamerica é um divisor de águas da banda que antes do disco “Entren los que quieran”, lançado em 2010, cantava músicas sem nenhum teor político. De lá pra cá o grupo se tornou referência na cena contemporânea progressista latino-americana.

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