Dilma sobre corte no Bolsa Família: Temer fez a opção pelos mais ricos

Por meio das redes sociais, a presidenta Dilma Rousseff defendeu o Bolsa Família e criticou os cortes no programa feitos pelo governo de Michel Temer para cobrir o rombo nas contas públicas.

Bolsa família

“É estarrecedor que num período de crise ocorra corte em programas sociais. O Palácio do Planalto fez a opção pelos mais ricos”, afirmou Dilma. "É estarrecedor que depois de liberar dinheiro a deputados para arquivar uma denúncia contra si e de gastar R$ 14 bilhões para atender a interesses escusos, além de criar o bolsa-ruralista, o governo golpista de Michel Temer decida reduzir os programas sociais. Justamente o Bolsa Família que protege as famílias brasileiras mais pobres. As “bolsas” concedidas em menos de seis meses pelo governo ilegítimo representam quase metade do Bolsa Família anual.", completou a presidenta.

Levantamento feito pelo site UOL, o número de beneficiários pagos pelo Bolsa Família em julho registrou a maior redução em relação a um mês anterior desde o lançamento do programa, em 2003. De acordo com os dados, 543 mil famílias deixaram de receber o benefício. O corte inclui suspensões para avaliação e cancelamentos.

“Quando deixamos o governo, devido ao golpe do impeachment fraudulento, havia 13,9 milhões de famílias recebendo o benefício do Bolsa Família ao custo de R$ 27 bilhões. Hoje, são beneficiadas 12,7 milhões de famílias. Uma queda de 1,2 milhão de famílias. E isso ocorre justamente num quadro de recessão e crise econômica profunda, com corte generalizado de gastos públicos. A rede de proteção social do Bolsa Família está sendo furada por esse governo ilegítimo e iníquo”, afirmou a presidenta eleita Dilma Rousseff.

O corte é parte do pacote antipovo que Temer defende, desde antes de assumir o poder com o golpe, chamado “Ponte para o Futuro”. A proposta é diminuir o número de famílias atendidas pelo programa, reduzindo para o limite de 5% dos mais pobres, ou seja, a fatia da população que está acima dos tais 5% deixa de receber o benefício, cujo valor médio hoje é de R$ 163,57 por família.

Segundo a matéria do UOL, o programa pagou 12.740.640 famílias em julho. O número de bolsas pagas foi o menor desde julho de 2010, quando foram pagas 12.582.844 bolsas. Se compararmos julho de 2014 com o mesmo mês de 2017, houve uma redução de 1,5 milhão de bolsas pagas.

Diante da crise econômica, que gerou mais de 14 milhões de desempregados, há mais de meio milhão de famílias na lista de espera para ingressar no programa, sem previsão.

"Os pobres estão sendo retirados, desde o golpe de 2016, do Orçamento da União. A desfaçatez dos usurpadores no governo não tem limites. Essas 543 mil famílias retiradas agora do programa custariam menos de R$ 100 milhões por mês. O governo ilegítimo vai colocar a conta do pato nas costas dos mais pobres", concluiu.