Desmonte: Trabalhadores do serviço público federal sinalizam greve

O presidente Michel Temer e sua equipe econômica anunciaram na última quarta-feira (9) o congelamento dos salários dos servidores públicos por dois anos. Para João Paulo Ribeiro, secretário do Serviço Público e do Trabalhador Público da CTB, o anúncio não surpreende, já que o desmonte do Estado está entre uma das prioridades de Michel Temer.

Trabalhadores do serviço público protestam na esplanada dos ministérios contra Temer

“O governo quer implantar o Estado mínimo. Portanto, não é surpresa para a CTB esse anúncio de um governo que aprovou a Emenda Constitucional 95, que limita por 20 anos os gastos públicos”, afirmou João Paulo Ribeiro.

O congelamento atingirá auditores da Receita Federal e do Trabalho, peritos médico previdenciário, diplomatas, oficial de chancelaria, entre outras.

“Como o servidor público não tem negociação coletiva, algumas categorias fecharam um termo de acordo com reajuste de 5% para os próximos dois anos. O não cumprimento desse acordo vai levar a briga para a justiça. Mas como vamos garantir o cumprimento do termo se não nos dão direito de negociar? Como vamos apelar para essa justiça que comete injustiças contra o trabalhador e está de cócoras para o golpe?”, questionou o sindicalista.

O prazo para inserir peças no orçamento e assim garantir o reajuste das carreiras é dia 21 de agosto.

De acordo com João Paulo, a Constituição, que garante reajuste anual aos servidores, não está sendo cumprida, e a saída para esse embate está na resistência e na unidade do setor.

O sindicalista, inclusive, cogita a realização de uma nova greve geral, com ampla adesão dos servidores públicos federais. “Vamos construir a resistência, com a possibilidade de uma paralisação das atividades do setor púbico por tempo indeterminado. Não vamos aceitar mais arrocho salarial. Vamos para a resistência para barrar mais esse golpe contra o funcionalismo público”, destacou.