Respeitando a soberania do voto, Braga e Amazonino disputam 2º turno

Num pleito que contou com nove candidatos que disputaram mais de 1,7 milhão de votos, a eleição suplementar para governador do estado realizada no Amazonas terá segundo turno entre Eduardo Braga, do PMDB, e Amazonino Mendes, do PDT.

ato braga

Ambos já foram governadores do Amazonas. No primeiro turno o candidato Amazonino conseguiu 38,77% dos votos e Eduardo Braga obteve 25,36%.

"Vamos tentar mostrar e motivar esses eleitores a levar o Amazonas para um caminho novo, de geração de emprego, de segurança pública, de saúde digna para o povo do Amazonas. Queremos conquistar o direito de merecer os votos desses amazonenses", disse Eduardo Braga, após a confirmação da realização do segundo turno. 

A eleição foi determinada no Amazonas após a cassação dos mandatos do ex-governador, José Melo (PROS) e do vice, Henrique Oliveira, por compra de votos nas eleições de 2014. O presidente da Assembleia Legislativa do estado, Davi Almeida, do PSD, assumiu o governo interinamente. Ainda há recursos pendentes na Justiça eleitoral que podem invalizar o pleito realiazdo neste domingo.

"O Amazonas agora tem dois caminhos distintos: prosseguir na perspectiva de mudanças ou continuar no campo do atraso", disse a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), que apoia o candidato Eduardo Braga.

Vanesa destacou ainda que as eleições diretas no Amazonas, realizadas nesta domingo (6),  são um exemplo para o Brasil, diante da profunda crise política que o país enfrenta e da falta de legitimidade do governo de Michel Temer, que chegou ao poder por meio de um golpe contra a democracia.

"O Amazonas dá um exemplo para o Brasil. O caminho para resolver uma crise política é a eleição direta como a que estamos realizando hoje em todo o Estado afim de escolher o novo governador e vice. Um verdadeiro banho de democracia. Quando a gente vive uma crise política grave, um impasse institucional gravíssimo, não há outro caminho que não seja a busca da resolução no aprofundamento da democracia", salientou a senadora.

A principal disputa agora é garantir o apoio dos sete candidatos que concorreram no primeiro turno, especialmente de Rebecca Garcia, do PP, que teve 18,06% dos votos, e José Ricardo do PT, que recebeu 12,17%.

A pulverização de candidaturas foi prejudicial para o campo progressista. A avaliação é do presidente estadual do PCdoB, Eron Bezerra. Segundo ele, na atual conjuntura política regional, esse elevado número de candidaturas beneficiou o campo da direita.

Ele destaca que esse bloco conservador ligado à Temer se alinhou à candidatura da Amazonino, possibilitando a ida desse candidato para o segundo turno.

"Era preciso construir uma candidatura que fosse eleitoralmente viável. Por isso, o PCdoB indicava o apoio ao Eduardo Braga. O resultado reforçou a justeza da nossa análise, porque o segundo turno será entre Eduardo Braga e Amazonino", frisou ele.

E acrescenta: "Defendemos que a aliança não pode ser no corte simplista de golpista e não golpista. E sim, criando um bloco contra as reformas de Temer. O Eduardo votou contra a reforma trabalhista que penaliza os trabalhadores. E já anunciou o voto dele contra a reforma da Previdência".

Eron destaca que o grupo que se aliou ao candidato adversário votou a favor da reforma trabalhista e anuncia o seu apoio à Reforma da Previdência. "E mais grave, votaram para acobertar os crimes de Temer, impedindo que ele fosse a julgamento no Supremo Tribunal Federal. Por isso, a justeza da análise do PCdoB", reforçou.

E conclui: "Esperamos que, diante dessa polaridade, ninguém fique em cima do muro. Nessa hora, ninguém pode ter dúvida. Temos que derrotar o atraso e construir um pólo progressista e democrático para impedir que essas reformas contra o povo sejam aprovadas".