"Nunca vão tirar Venezuela do Mercosul", diz Maduro após suspensão

Depois de os chanceleres de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai decidirem impor uma suspensão política do Mercosul à Venezuela, neste sábado (5), o presidente do país, Nicolás Maduro disse a uma rádio argentina que, "nunca vão tirar a Venezuela do Mercosul". 

Nicolás Maduro - AFP

"Não vão tirar a Venezuela do Mercosul. Nunca. Somos Mercosul de alma, coração e vida. Algumas oligarquias golpistas, como a do Brasil, ou miseráveis, como a que governa a Argentina, poderão tentar mil vezes, mas sempre estaremos aí", afirmou. 

Segundo Maduro, o presidente argentino Mauricio Macri tenta promover um bloqueio contra a Venezuela como o realizado contra Cuba na década de 60. "Macri não só destrói o povo e agride a classe trabalhadora argentina (…), mas também é a ponta de lança da agressão e agora o porta-bandeira da busca por um bloqueio econômico, financeiro, comercial e político como o que fizeram a Cuba nos anos 60", completou.

Maduro também defendeu a Assembleia Constituinte, instalada nesta sexta-feira ao afirmar que a eleição "foi um bálsamo para a vida social e política da Venezuela. Uma nova fase foi aberta". Segundo ele, a Venezuela vem sendo alvo de "um dos ataques, dos assédios mais ferozes que já vimos em 18 anos de revolução bolivariana. Estamos começando a transitar num novo terreno, um terreno de paz. Vamos reconquistar a paz, que é o bem mais precioso que temos que cuidar".

Em uma reunião extraordinária, o Mercosul anunciou suspender por tempo indeterminado a Venezuela do bloco por ruptura da ordem democrática. Antes do encontro, o chanceler venezuelano Jorge Arreaza havia classificado a reunião do Mercosul como "uma manobra" contra seu país.

"Esperemos que retifiquem, que os países que vão reunir-se levem em conta a realidade venezuelana e apoiem a paz na Venezuela, através do diálogo e vejam o resultado da Assembleia Nacional Constituinte e levem em conta a institucionalidade venezuelana”, afirmou, defendendo algo que não se concretizou.

Participaram do anúncio sobre a suspensão, na prefeitura de São Paulo, sede do encontro, além do ministro de Relações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes, os chanceleres da Argentina, Jorge Faurie, do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, e do Paraguai, Eladio Loizaga.