PSDB mantém Aécio longe da presidência do partido

O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), anunciou nesta quinta-feira (3), em uma entrevista coletiva em Brasília, que o senador Tasso Jereissati (CE) permanecerá na presidência interina da legenda até a escolha de um novo nome.

Aécio - Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ideia, segundo os tucanos, é que o partido antecipe para o fim do ano a renovação do programa do partido e as convenções municipais e estaduais da legenda, o que deve acontecer até dezembro, na convenção nacional do PSDB para renovação de toda a direção do partido e para apresentação do pré-candidato tucano à presidência da República em 2018.

Tasso assumiu o comando tucano interinamente em maio, depois que Aécio foi citado por delatores do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS. Por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador mineiro chegou a ser afastado do mandato no Senado, mas retornou às atividades parlamentares no final de junho.

Aécio foi flagrado negociando com Joesley o recebimento de R$ de 2 milhões, entregues a seu primo Frederico Pacheco, que cumpre prisão domiciliar. Na última segunda-feira (31) Aécio teve um novo pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Apoio ao governo

Defensor da saída do PSDB da base do governo Temer, Tasso Jereissati disse que o partido, que está no comando de quatro ministérios, não faz questão dos cargos. “Se o presidente da República quiser tirar todos os nossos ministros é problema dele. O partido não faz questão desses ministérios.”

Durante a votação da denúncia contra Temer, o PSDB se dividiu. De 47 deputados, 21 votaram contra o relatório de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que recomendou a rejeição da denúncia. Ou seja, 21 deputados votaram contra Temer, incluindo o líder do partido na Câmara, Ricardo Tripoli (SP).