Protesto rende processo no Conselho de Ética contra senadoras

Na próxima terça-feira (8), o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), anunciará o nome do relator da denúncia contra as senadoras que ocuparam a Mesa Diretora na votação da Reforma Trabalhista, no dia 11 de julho.  

Senadoras - Marcelo Favaretti

A denúncia contra as senadoras Ângela Portela (PDT-RR), Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Regina Sousa (PT-PI) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) é de autoria do senador José Medeiros (PSD-MT) com apoio de mais 14 senadores. Ao documento também foi juntado um pedido de reconsideração do caso, assinado por 21 senadores.

Caso o Conselho de Ética decida que a denúncia é procedente, as senadoras podem ser punidas com penas que variam de advertência e censura (verbal ou escrita), perda temporária do exercício do mandato e, em último caso, a perda do mandato, que teria que ser decida pelo Plenário da Casa.

“Qual o foi crime que nós cometemos? Ter ocupado esta Mesa Diretora por dez horas na tentativa de negociar pelo menos a aprovação de uma emenda, a emenda das mulheres? Aliás, foi esse Conselho de Ética que arquivou uma denúncia contra um senador flagrado com dinheiro vivo de propina. Eu não tenho medo. Querem nos punir? Que nos punam, mas serão punidos pela opinião pública, porque eu estou com a consciência tranquila. Nós não cometemos crime nenhum”, contesta a senadora Vanessa Grazziotin.

As parlamentares ocuparam a Mesa do Senado para impedir o desmonte dos direitos trabalhistas. O protesto não foi bem recebido pelo aliado de Michel Temer e presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), que suspendeu a sessão e deixou o Plenário sem luz, sem som e sem transmissão.