Patrões dão calote de 25,7 bilhões no FGTS

Amparados por seus representantes no Congresso e no Planalto, patrões defendem a retirada de direitos dos trabalhadores, alegando necessidade de cortar verbas. São os mesmos que não cumprem com suas obrigações. De acordo com reportagem do UOL, 204.804 empresas não pagaram o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) de seu funcionários, e devem, ao todo, R$ 25,7 bilhões, prejudicando 8 milhões de trabalhadores.

Dinheiro - Marcos Santos/USP Imagens

Segundo levantamento feito pelo G1, as 20 empresas com as dívidas mais altas somam cerca de 8% do valor total atrasado que é devido ao FGTS, com quase R$ 2 bilhões. Entre elas, pelo menos 10 estão falidas. Algumas estão em recuperação judicial.

Já a reportagem do UOL mostra que as cem maiores devedoras deixaram de recolher, juntas, cerca de R$ 3,84 bilhões. Entre elas estão empresas, como Varig e Vasp, Bradesco Vida e Previdência, Eletropaulo e Fundação Dom Cabral. Muitos devedores contestam os cálculos e travam um abatalha jurítica que se arrasta por anos. 

Por lei, os empregadores devem recolher, todo mês, 8% do salário de cada trabalhador com carteira assinada e depositar no FGTS, uma espécie de poupança do empregado, que pode ser usada em casos emergencias, como, por exemplo, quando o trabalhador é demitido sem justa causa. 

A obrigação data de 1967, mas a falta de pagamentos é recorrente entre os empregadores. Com a liberação do saque das contas inativas do FGTS, muitos trabalhadores foram às agências da Caixa e descobriram que seus antigos patrões não honravam com o repasse. 

Os números do calote foram tirados da lista de devedores elaborada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.