Maia resume situação de Temer: Paciente cirúrgico com a barriga aberta

Assim como o ministro Eliseu Padilha (PMDB), o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ter "certeza" que haverá quórum para a votação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Michel Temer por corrupção passiva, na próxima quarta-feira (2).

Rodrigo Maia - Agência Câmara

"A gente precisa votar a denúncia para que a gente volte a votar reformas. […] Haverá quórum, tenho certeza", declarou Maia, na tentativa de abafar os boatos de adiamento da votação. "Na quinta-feira, a gente precisa ter agenda de reformas em andamento", completou.

Mas em seguida, ao tentar explicar, acabou dizendo que a "certeza" nada mais é do que a sua esperança de que o quórum será atingido. Com isso, ele reforçou as especulações de que o governo ainda está com dificuldades para garantir o quórum da votação e barrar a denúncia em plenário.

“Respeitando a opinião de cada um, acho que é muito grave que a Câmara não tome uma decisão, que seja para aprovar ou não. O que a gente não pode é deixar o paciente no centro cirúrgico com a barriga aberta”, disse ele, num claro discurso para convencer os indecisos.

“É isso que o Brasil espera, que quando um paciente entra no centro cirúrgico, que ele saia com uma solução para a sua doença”, completou.

Para dar início a sessão, é preciso um quórum mínimo de 51 deputados. Mas para dar início à votação, é necessário o registro da presença de 342 dos 513 deputados, mesmo número necessário para que seja aprovada a denúncia.

Apesar de negar ter conversado com os deputados, Maia disse que o quórum esperado é acima de 480 deputados. "Não preciso [conversar], tenho certeza [que estarão presentes]", declarou.

Ao ser questionado sobre as pesquisas de opinião que registram um rejeição recorde de Temer, o presidente da Câmara desconversou e falou sobre o apoio do seu partido às reformas. Disse que mais importante do que a popularidade, ou impopularidade, do governo atual é a "responsabilidade" com que as reformas vêm sendo conduzidas.