Maduro convoca Conselho de Defesa após ameças de Trump

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ativou na noite desta terça-feira (18) o Conselho de Defesa da Nação como uma resposta às ameaças de sanções feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Nicolas Maduro

"Decidi ativar o Conselho de Defesa da Nação, para responder integralmente à ameaça imperial", anunciou o Presidente da Venezuela na sua conta no Twitter. Segundo Nicolás Maduro, Caracas dará uma resposta "muito firme, em defesa do património histórico anticolonial e anti-imperialista" da Venezuela, pois unidos os venezuelanos "são invencíveis". "Nenhum Governo estrangeiro dá ordens nem governa a nossa Pátria. Aqui mandam os venezuelanos. Aqui manda o povo", lê-se noutra mensagem do chefe de Estado, difundida na mesma rede. O canal estatal Venezuela de Televisão divulgou imagens de Nicolás Maduro no palácio presidencial de Miraflores a ativar o CDN, "pela independência e dignidade, soberania e auto-determinação do povo venezuelano".

Segundo a Constituição da Venezuela, o CDN é o máximo órgão de consulta para a planificação e assessoria do Poder Público venezuelano, nos assuntos relacionados com a defesa integral do país, soberania e integridade do seu espaço geográfico, assim como estabelecer um conceito estratégico para a Nação.

Em um "recado" também para os governos do Brasil e da Colômbia, o presidente destacou ainda que "em nossa pátria, ninguém dá ordens e nem a governa nenhum país estrangeiro" porque "aqui mandam os venezuelanos".

"Nem Trump. Nem [Juan Manuel] Santos. Nem [Michel] Temer. Aqui manda o povo venezuelano", disse ainda.

Essa é a terceira vez que Maduro convoca o Conselho durante seu governo, sendo que a última vez foi no dia 31 de março para resolver o "impasse" entre o poder judicial e a Procuradoria-geral. Daquela vez, a decisão do grupo acabou tirando os poderes da Assembleia Nacional, que é dominada pela oposição, causando ainda mais tensão política e uma série de protestos na Venezuela.

Na última segunda-feira (17), após o simulacro de plebiscito da oposição sobre a convocação da Assembleia Constituinte, Donald Trump afirmou que Maduro deveria parar com a ideia de mudar a Constituição e ameaçou com sanções. Além disso, Trump chamou o venezuelano de "péssimo líder que sonha em se tornar um ditador".