Caso Amarildo: 4 anos depois

Há exatamente 4 anos, no dia 14 de julho de 2013, o pedreiro Amarildo Dias de Souza, de 43 anos, foi levado por policiais militares da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, para uma suposta "averiguação" na sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e foi brutalmente torturado e morto. O seu corpo está desaparecido até hoje.

Por Verônica Lugarini

Amarildo - Agência Brasil

De acordo com informações da Agência Lupa, não há nenhuma investigação em andamento. Contradizendo o que havia sido informado pelo então governador do estado, Sérgio Cabral.

A investigação começou em fevereiro de 2014 e última atualização do Caso Amarildo – como ficou conhecido – aconteceu exatamente dois anos depois, no mesmo mês de 2016, quando a juíza responsável pelo caso, Daniella Alvarez condenou 12 policiais militares – somando 126 anos e 6 meses de prisão – pelos crimes de tortura e ocultação de cadáver. 

Foi essa mesma sentença que apontou o major Edson Raimundo dos Santos, então comandante da UPP da Rocinha, como o responsável pelos choques elétricos, afogamentos e sessões de asfixia de Amarildo.

Na época o caso Amarildo foi amplamente repercutido, mobilizando a opinião pública e chamando atenção para o abuso de poder da Polícia Militar e a necessidade de se investigar devidamente o caso e julgar os culpados.

Para a Anistia Internacional, organização não governamental, a mobilização social no caso Amarildo foi fundamental para a investigação e responsabilização pelo ocorrido.

A organização ainda complementou em uma publicação na página oficial do Facebook:

"Desaparecimentos forçados e homicídios pela polícia continuam sendo uma realidade em todo país e que atinge principalmente moradores de favelas e áreas periféricas das cidades. O caso de Amarildo mostra mais uma vez que uma grande mobilização pode fazer a diferença na luta por justiça".