Humberto: "Reforma trabalhista é para ampliar lucro de empresários"

Ao encaminhar voto contra a reforma trabalhista, o senador Humberto Costa (PT/PE) afirmou que a sessão desta terça (11) “desnuda” as causas do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. “É uma tentativa de deixar o Estado cada vez menor, de jogar nas costas do povo a responsabilidade e os custos da crise. É para retirar direitos, diminuir a rede de proteção social, precarizar as relações de trabalho e, concretamente, criar condições para ampliar a taxa de lucro dos empresários”, criticou.

Humberto Costa - Agência Senado

De acordo com ele, não há qualquer garantia de que a promessa de que o presidente Michel Temer vetará os pontos mais polêmicos da proposta será cumprida. “Disseram que Temer, que ninguém sabe até quando será presidente, irá vetar pontos. Primeiro, quem confia em Temer? Segundo, se o problema fosse de tempo, era mais rápido votar aqui as mudanças e depois mandar para a Câmara”, disse, em referência ao acordo firmado por governistas, que se comprometeram a aprovar o projeto sem alteração, sob o argumento de acelerar a tramitação.

Para Costa, a reforma trabalhista é tão impopular, que nenhum dos senadores, mesmo os da base de apoio ao presidente, quer defende-la publicamente. “É um projeto sem defensores. Causa-me espécie o PSDB não venha aqui defender, o PSD e o DEM também não. Querem se esconder porque não querem que vejam que esses partidos estão comprometidos com uma proposta que vai prejudicar a vida dos trabalhadores. O povo sabe que essa reforma não vai gerar emprego. Quem tem carteira assinada vai perder direitos para formas de contratação precárias”, alertou.

O senador rechaçou a tentativa do governo de atrelar a aprovação do projeto à volta do crescimento econômico. “O Brasil cresceu durante os governos Lula e Dilma com essa mesma legislação. É mentira que a reforma seja pré-condição para o Brasil crescer. Ao contrário, o Brasil só irá crescer se houver renda para que os mais pobres possam consumir”, afirmou.