Trabalhador rural é assassinado na região da chacina de Pau D'Arco, no Pará

O trabalhador rural Rosenilton Pereira de Almeida, de 44 anos, foi executado a tiros na noite da última sexta-feira (7) em Rio Maria, que fica distante cerca de 70 km de Pau D’arco, onde dez trabalhadores rurais foram assassinados no dia 24 de maio.

Trabalhador rural Rosenilton Pará - Reprodução

Rosenilton foi morto quando quando saía de uma igreja. De acordo com a polícia, o crime aconteceu por volta das 22h no setor Parque da Liberdade, em Rio Maria. Dois suspeitos encapuzados chegaram em uma moto e atiraram quatro vezes contra a vítima, sendo que um dos tiros foi dado quando a vítima já estava caída, de costas.

José Vargas Junior, advogado das família das vítimas de Pau D'Arco, Rosenilton era uma das lideranças das famílias da fazenda Santa Lúcia, no novo acampamento. Mas a polícia não confirma a relação entre os crimes.

O governo do Pará disse em nota que, a princípio, não foi vista nenhuma relação entre a execução de Rosenilton e as mortes ocorridas em Pau D'Arco, mas a conexão entre os crimes não está descartada, pois a vítima integrava o grupo que estava na fazenda Santa Lúcia, onde ocorreu a chacina. 

Em nota conjunta, a Comissão Pastoral da Terra de Marabá – (CPT Marabá), Justiça Global, Terra de Direitos e Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, pedem que o governo federal e o do Pará adotem medidas efetivas para garantir a vida e a integridade dos trabalhadores rurais acampados da Fazenda Santa Lúcia, bem como garanta uma investigação isenta e rigorosa da chacina e da morte de Rosenilton.

Chacina

A chacina de Pau D'Arco aconteceu dia 24 de maio, quando um grupo de 24 policiais militares e 4 policiais civis foram até a fazenda Santa Lúcia, no sudeste do Pará, para dar cumprimento a mandados de prisão de "suspeitos" de envolvimento na morte de Marcos Batista Ramos Montenegro, um segurança da fazenda que foi assassinado no dia 30 de abril.

No entanto, familiares das vítimas e sobreviventes afirmam que a ocupação da fazenda foi pacífica e que os policiais chegaram de forma truculenta e atiraram sem provocação.

Levantamento feito pelo Movimento Sem-Terra (MST) aponta o agravamento da violência no Pará e também em outras regiões do Brasil. De acordos com dirigentes da entidade, essa explosão de violência nos últimos meses demonstra uma espacialização de onde o poder do capital do agronegócio avança.

O Pará é apontando como campeão no ranking da violência, porque está localizado na região amazônica com vultosos recursos naturais em aberto: ouro, minerais, madeira e água em abundância.