Bancários da Caixa criticam desmonte e querem empresa 100% pública

A realização de uma campanha nacional em defesa da Caixa Econômica Federal 100% pública, o combate às reformas trabalhista e a defesa das eleições direitas foram algumas das resoluções aprovadas no 33º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), encerrado no dia 2 de julho, em São Paulo. O encontro teve a participação de 316 delegados e dos parlamentares Orlando Silva (PCdoB-SP), Lindberg Farias (PT-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP) e Paulo Teixeira (PT-SP).

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O evento reforçou o enfrentamento aos desmontes promovidos pelo governo de Michel Temer com o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos. O objetivo é chamar a atenção de toda a sociedade para a importância das estatais para o desenvolvimento do país.
Presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza ressaltou que "se nós, funcionários, que temos a consciência da importância destes bancos no projeto de país que queremos, não sairmos dos nossos locais de trabalho para fortalecer a luta, ela não será vencedora".

Ele citou como estratégica na agenda da frente, a resistência contra a privatização e o sucateamento das estatais, que ocorrem por meio das reestruturações. O objetivo é evitar que aconteça com a Caixa o mesmo cenário que se estabeleceu no Banco do Brasil, que fechou 563 agências no primeiro trimestre de 2017.

A Caixa Econômia Federal é um dos principais bancos públicos do país. É o órgão responsável pelo gerenciamento de políticas inovadoras e anticíclicas, que ajudaram o Brasil no auge da crise financeira mundial. Na ocasião, o país manteve bons níveis de lucratividade.

Na opinião de Emanoel, que é dirigente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a mobilização dos empregados e da sociedade é fundamental para impedir a venda da empresa. Ele lembrou que, a partir de 2003, mudou a gestão da instituição e, como banco público, a Caixa participou da criação do crédito consignado, da ampliação do crédito para Pessoa Física (PF) e Pessoa Jurídica (PJ), além das políticas de habitação e de transferência de renda.

O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, também integrante da CTB, destacou o quadro delicado. "Além do ataque aos direitos trabalhistas, o maior de nossa história, vemos o ataque às instituições públicas. Não interessa a esse governo que os bancos públicos contribuam para o desenvolvimento do país".

Além da resistência pela não privatização dos bancos públicos, os delegados também decidiram intensificar a campanha contra as reformas trabalhista e previdenciária, propostas pelo governo Temer.