Confiança da indústria cai ao menor nível em quatro meses

Tão alardeada pelo atual governo como a panaceia para todos os males da economia brasileira, a confiança parece estar longe de voltar. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, a confiança da indústria brasileira caiu com força em junho, atingindo o menor nível em quatro meses. Com as incertezas políticas em torno do presidente Michel Temer, a confiança do comércio já havia tido queda.

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Agora, o Índice da Confiança da Indústria (ICI) recuou 2,8 pontos em junho, para 89,5 pontos, o menor nível desde fevereiro (87,8 pontos), depois de ter chegado no mês anterior ao patamar mais alto desde abril de 2014.

"As expectativas, que têm sido protagonistas na dinâmica da confiança, foram atingidas com o aumento da incerteza após a deflagração da nova crise política, em maio", disse a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV/IBRE, Tabi Thuler Santos, em nota.

Nesta semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu denúncia criminal contra o presidente Michel Temer pelo crime de corrupção passiva a partir da delação dos executivos da JBS.
Todo esse cenário impacta diretamente as expectativas de consumidores e empresários, ao colocar em dúvida as chances do Congresso de aprovar as reformas em andamento.

O Índice de Expectativas (IE) da confiança da indústria caiu 3,6 pontos, para 92,1 pontos, com piora das perspectivas para o pessoal ocupado nos três meses seguintes, cujo índice atingiu a mínima desde dezembro de 2016.

O Índice da Situação Atual (ISA) teve queda de 2,0 pontos, para 87,0 pontos, devido principalmente à piora das avaliações sobre o nível de estoques.

"A sondagem sinaliza, ainda, a interrupção do processo de ajuste dos estoques industriais e a favorável contribuição do mercado externo para o desempenho do setor nos últimos meses", completou Thabi.