Enquadrada de ministra norueguesa deixa Temer desnorteado

O spa anticrise de Michel Temer em sua viagem internacional não atingiu o efeito esperado. Depois de ser ignorado na Rússia e chegar ser recebido na Noruega pelo sub do sub, Temer perdeu os sentidos após ouvir da primeira-ministra Erna Solberg que a Noruega está preocupada com a operação Lava Jato.

Temer na noruega - Beto Barata/PR

Apesar da pose de mordomo de filme de terror, Temer ficou atordoado e na declaração de despedida, nesta sexta-feira (23), ele dirigiu-se à primeira-ministra norueguesa parta agradecer a hospitalidade mas chamou o rei norueguês Harald V, de "rei da Suécia".

Revelando que o baque foi forte, no mesmo pronunciamento, Temer ainda se atrapalhou ao dizer que, mais tarde, iria visitar o parlamento do país europeu. Em vez de se referir ao Legislativo norueguês, ele disse que iria ao "parlamento brasileiro".

De acordo com fontes, a pancada foi tanta, que os assessores ficaram preocupados se Temer ia conseguir encontrar o caminho da saída sozinho, sem a necessidade de amparo.

Ao lado de Temer, no pronunciamento, a primeira-ministra norueguesa disse: "Estamos muito preocupados com a Lava Jato. É importante fazer uma limpeza".

A reportagem do G1 sintetizou o clima que ainda contou com o corte de verbas das Noruega para projeto brasileiros. "Em um anúncio humilhante para o governo brasileiro, a Noruega decidiu cortar pela metade o repasse ao Fundo Amazônia previsto para o ano que vem. Serão R$ 200 milhões a menos para a proteção da floresta brasileira", disse o G!.

Protestos

Na chegada ao encontro com a primeira-ministra Erna Solberg, Temer ainda ouviu gritos de "fora Temer" com um sotaque norueguês. Um grupo fez uma manifestação em Oslo, na frente ao prédio onde Temer e Erna se reuniram, exibindo cartazes pedindo respeito à democracia, aos direitos humanos e aos direitos indígenas.

Sônia Guajajara, liderança indígenas brasileira, participou do ato e disse que Temer representa uma ameaça direta aos povos indígenas. "Temer não cumpre com suas obrigações e não respeita os direitos constitucionais. Os seus ataques aos direitos dos povos indígenas e ao meio ambiente são de uma magnitude nunca antes vista", disse.

O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou em 29% de 2015 para 2016. O Congresso brasileiro está prestes a tratar um grande número de propostas que devem enfraquecer a legislação ambiental e reduzir unidades de conservação no país. Para o diretor da Rainforest Foundation Noruega, Lars Løvold, a Noruega tem que exigir que o Brasil cumpra com os seus deveres conforme acordos internacionais e nacionais.

As ONGs organizadoras do protesto pedem às autoridades norueguesas firmeza no diálogo com Temer, e pressão para que ele providencie proteção para os povos indígenas e suas lideranças, assim como o cumprimento das obrigações internacionais para redução do desmatamento e das emissões do Brasil.