Licença-maternidade para pós-graduandas é aprovada na Câmara

Proposta da líder do PCdoB na Câmara, deputada Alice Portugal (BA), segue para análise no Senado.

Por Christiane Preses, do PCdoB na Câmara

Estudante grávida

 Mulheres que fazem pós-graduação estão mais perto de ter garantido em lei o direito à licença-maternidade. Isso porque, nesta terça-feira (20), a Câmara dos deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 3012/15, da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que prevê mais proteção às pós-graduandas em caso de gravidez ou parto.

“Foi uma grande vitória. Essa é uma reivindicação das pós-graduandas de todo Brasil que tinham suas bolsas reduzidas no tempo da licença-maternidade, sem o direito a usufruir dos primeiros momentos com seus filhos e tendo reduzido o tempo de apresentação dos seus trabalhos finais de mestrado, doutorado ou especialização. Estamos tornando lei uma prática que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes, já vinha adotando”, comemora a líder comunista.

Em 2011, a Capes, passou a permitir a extensão da bolsa de estudos por quatro meses, se comprovado o afastamento temporário em virtude de parto durante a vigência da bolsa. A concessão da licença às bolsistas atendia a uma reivindicação da então Secretaria de Políticas para as Mulheres, que desde seu 1º Encontro Pensando Gênero e Ciência, em 2006, aprovou a recomendação de que a licença-maternidade fosse estendida às bolsistas do sistema Capes/MEC e CNPq/MCT.

O projeto da deputada Alice Portugal transforma a regra em lei e prorroga os prazos de vigência das bolsas de estudo concedidas por agências de fomento para proteção às mulheres bolsistas em função de maternidade. O texto nasceu a partir de reivindicação trazida pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

“Uma mulher ainda tem que escolher se ela quer ser pesquisadora ou se ela quer ter um filho. Essa realidade precisa mudar”, problematiza a presidente da ANPG, Tamara Naiz.