Morre ex-governadora do RN, Wilma de Faria

A ex-governadora do Rio Grande do Norte Wilma de Faria morreu, aos 72 anos, em Natal na noite desta quinta (15). Wilma de Faria cumpria mandato de vereadora da capital potiguar na atual legislatura, mas estava afastada das funções desde o dia 18 de abril para tratamento de um câncer. Ela enfrentava a doença há mais de dois anos.

wilma de faria

Nascida em Mossoró, Wilma era professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e iniciou sua vida política em 1979, quando comandou o Movimento de Integração e Orientação Social (Meios), durante a gestão do então governador Lavoisiers Maia, com que era casada na época. Em 1983, já na gestão de José Agripino, Wilma foi secretária de Trabalho e Assistência Social do Estado.

O primeiro cargo eletivo viria em 1986, quando tornou-se deputada federal. Em 1988, foi eleita prefeita de Natal pelo PDT, posto que voltaria a ocupar em 1996 e  2000. Em abril de 2002, Wilma renunciou à Prefeitura para concorrer ao governo do estado pelo PSB e saiu vencedora da disputa, tornando-se a primeira mulher a comandar o governo do Rio Grande do Norte. Ela foi reeleita em 2006.

Wilma ainda candidatou-se ao Senado em 2010, mas não venceu. Em 2012 saiu candidata a vice-prefeita na chapa de Carlos Eduardo, ganhador do pleito. Em 2014, voltou a tentar uma vaga no Senado, sem sucesso. Em 2016, ela deixou o PSB, assumiu a presidência do PTdoB e se candidatou a vereadora de Natal.

O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), decretou luto oficial de três dias e emitiu na qual afirma que a ex-governadora "foi uma das mais relevantes mulheres na política nacional e tornou-se referência da força feminina".

A direção do PCdoB do Rio Grande do Norte emitiu nota na qual lamenta a morta da ex-governadora. "Wilma de Faria foi vanguarda no empoderamento da mulher na política, num país em que a participação feminina nos cargos eletivos permanece pequena. Deputada Constituinte, votou pela construção do Estado Democrático de Direito e por Justiça Social, conquistas que hoje estão sob cerco e ataque da direita e dos conservadores do país", diz o texto.

Os comunistas lembraram ainda que foram aliados de Wilma desde a sua primeira disputa ao governo do Estado, participando de das suas vitórias e integrando o secretariado dos seus dois governos.

"Por ter escrito páginas importantes na história política do nosso Estado, com suas características de mulher de luta (conhecida como guerreira) a morte precoce de Wilma deixa um claro importante na política estadual", afirma a nota, assinada por Antenor Roberto S. Medeiros.