Congresso da UNE: Lideranças políticas reafirmam defesa das Diretas

O debate “A luta pela democracia e as diretas já’’ foi um dos mais concorridos do primeiro dia do 55º Congresso da UNE, na manhã desta quinta-feira (15), na UFMG, em Belo Horizonte. O auditório da universidade foi tomado por estudantes vindos de todo o Brasil para repensar os caminhos do processo democrático e buscar a unidade na luta, mesmo dentro das diferenças.

Mesa sobre diretas já 55º congresso da Une - Alexandre Rezende

Entre os convidados estavam Jandira Feghali, deputada federal pelo PCdoB; Washington Quaquá, presidente do PT-RJ; Chico Alencar, deputado federal pelo PSOL; Margarida Salomão, deputada federal pelo PT; Mauro Bianco, ex-vice presidente da UNE, e Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT-MG.

“Só há uma forma de repactuar a democracia, que é ouvindo o povo. Precisamos recompor nossas feridas com o voto na urna. A luta pelas ‘diretas já’ é a vértebra para toda luta por democracia no Brasil, por isso, o momento é de construir uma grande unidade independente das nossas divergências’’, alertou Margarida Salomão.

Washington Quaquá reiterou a importância da unidade neste momento de crise das instituições políticas. “A democracia no Brasil está em processo de construção e só será concluído pelo povo organizado e lutando por direitos. Exigir eleições diretas é o mínimo que podemos fazer. Precisamos reconstruir um caminho de transformação e combate aos retrocessos através da organização popular’’, falou.

Chico Alencar lembrou que não há revolução sem massificação. ‘’Esse é o desafio da luta: alcançar os diferentes e os indiferentes e aqueles que estão dominados pelo sistema ideológico de reprodução do capital que opera à base do individualismo e não da coletividade’’, disse.

Diretas contra as reformas

As reformas trabalhista e da Previdência, parte da agenda perversa de retirada de direitos do governo Temer, também foram apontadas como as grandes vilãs do futuro do país. No entanto, foi consenso entre os convidados que somente o povo na rua, lutando por eleições legítimas, será capaz de barrar tais propostas.

‘’Estamos enfrentando uma agenda de reformas muito grave. O momento é um dos mais graves do que tudo que já vivemos. Precisamos compreender que a luta de categoria, seja ela somente sindical ou somente estudantil, não será suficiente. Temos que nos unir e fazer a luta de classes, transformar a luta de cada um na luta de todos nós. Temos que continuar nas ruas para derrubar Temer e esse projeto de país que não queremos’’, enfatizou a presidenta da CUT-MG.

Greve Geral

A greve geral prometida pelas centrais sindicais no próximo dia 30 de junho foi apontada como uma ponte para a conquista das eleições diretas.

‘’A greve geral do próximo dia 30 será uma resposta coletiva a esse desgoverno. No dia 30 nós vamos de fato parar o Brasil e quanto a isso não há divergência. A greve geral faz parte da luta democrática e nós vamos parar o país juntos. Quando lutamos na unidade, não há o que retire nossas forças’’, destacou Jandira Feghali.