Irã reafirma que crise do Catar é fruto da parceria entre EUA e Arábia

O Irã reiterou, nesta quarta-feira (14), que a crise envolvendo vários países árabes e o Catar é uma consequência da cúpula de Riad, organizada pela Arabia Saudita e que contou com a participação dos Estados Unidos.

Donald Trump, o príncipe saudita Abdulaziz e Ivanka Trump

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Bahram Qassemi, considerou "inoportuna" a chamada cúpula árabe-islâmica-Estados Unidos, com a presente do presidente Donald Trump na capital saudita em 21 de maio deste ano.

Segundo o representante da Chancelaria persa, esse encontro "estava destinado a causar desafortunadas consequências" em virtude dos discursos de Trump e do rei Salman bin Abdulaziz da Arabia Saudita e a posição comum sobre o conceito de luta contra o terrorismo.

Em 5 de junho, 16 dias após a cúpula, Bahrein, Arabia Saudita e Emiratos Árabes Unidos (EAU) romperam relações com Catar acusando-lhe de promover e albergar o terrorismo e pôr em perigo a segurança regional, um passo que depois imitaram Egito, Iêmen, Maldivas e outros países árabes.

Qassemi recordou que a reunião de Riad instou aos países participantes – entre os que não estavam nem Irã e nem Síria – a combater o terror e isolar à nação persa, quando "alguns desses (estados), incluído Arabia Saudita, são conhecidos como promotores de grupos terroristas violentos".

Trump também assinou um acordo de venda de armas ao reino saudita por valor de 110 bilhões de dólares durante sua estadia ali, dimensionou ao realçar que após sua primeira visita ao exterior como mandatário também sugeriu que os acontecimentos atuais foram resultado de seu chamado.

Enquanto Catar nega acusações de seus antigos sócios do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Irã recalcou a necessidade de coordenar ações em nível regional e internacional contra o terrorismo e o extremismo.

Nesse sentido, o líder supremo da revolução islâmica, ayatolah Alí Khamenei, refutou as atribuições estadunidenses contra Teerã, em particular as referidas ao tema dos direitos humanos, terrorismo e desestabilização da região.

Durante um discurso dirigido a servidores públicos de alta faixa, Khamenei afirmou que Washington "criou grupos terroristas como o DAESH (acrânimo árabe de Estado Islâmico, EI).

Mesmo assim, Khamenei recalcou que o governo norte-americano e "seus agentes" são os que têm desestabilizado a região, como fizeram no norte de África, o oeste de Ásia, Síria e Iraque.