Piedad Córdoba anuncia candidatura à presidência da Colômbia em 2018

A ex-senadora e líder política colombiana Piedad Córdoba anunciou nesta terça-feira (13) que será candidata nas eleições presidenciais de 2018 no país. Através de sua conta oficial no Twitter, disse: “Anuncio ao país que vou ser candidata e que serei presidenta da Colômbia em 2018”.

Piedad Córdoba - El Espectador

Piedad é líder do Movimento Colombianos e Colombianas pela Paz, uma organização da sociedade civil que apoia a implementação do acordo de paz entre as Farc e o governo de Juan Manuel Santos. No mesmo anúncio, disse que “a maioria cidadã já não se sente representa por essa velha política que nem fala de seus problemas, nem os resolve”.

Segundo a ex-senadora, “é tempo de montar um time com a sociedade. As eleições de 2018 pedem uma demanda de mudança”, disse. Há décadas apenas dois partidos têm grande expressão política na Colômbia, os Liberais e os Conservadores. Piedad, integra a ala à esquerda do Partido Liberal, pelo qual foi senadora entre 1994 e 2010, quando foi afastada por suposto envolvimento com as Farc. Ao anunciar a candidatura, disse que pretende ser uma “presidenta distante das cúpulas e das castas”.

A ex-senadora perdeu seus direitos políticos em 2008 quando atuou na mediação para a libertação de 14 pessoas sequestradas pela guerrilha. À época esta atuação foi qualificada pela Procuradoria-Geral da Colômbia como “colaboração” com as Farc, tida então como organização criminosa.

Em agosto do ano passado, o Conselho de Estado da Colômbia anulou a sanção de 2010 que a afastou de seu cargo como senadora e determinou sua inelegibilidade por 18 anos. O órgão considerou inválidas as provas apresentadas pela Procuradoria seis anos antes, que também já haviam sido invalidadas pela Corte Suprema de Justiça.

Em outubro, o Conselho de Estado invalidou a segunda determinação de sua inabilidade de exercer cargos públicos por 14 anos, abrindo caminho para sua candidatura presidencial em 2018.

Córdoba sempre negou as acusações, afirmando ser alvo de perseguição política por sua proximidade com Hugo Chávez e outros nomes da esquerda latino-americana. “O Conselho de Estado abriu um caminho para a paz, para que a oposição não seja incriminada nem judicializada por pensar diferente”, declarou em agosto.

A ex-senadora também atuou como mediadora nos diálogos de paz entre as FARC e o governo colombiano realizados entre 2012 e 2016 em Havana, Cuba, que culminaram no acordo de paz assinado em novembro.