Sob pressão da base, PSDB faz reunião para decidir se deixa o governo

Enquanto a cúpula do PSDB empurra com a barriga o desembarque do governo de Michel Temer, os demais membros da legenda já dão sinais de que vão abandonar o aliado de golpe. em entrevista à colunista do G1, Cristiana Lôbo, a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) disse que o PSDB tem de "desapegar" dos cargos e sair do governo do presidente Michel Temer. 

Jereissati PSDB - Agência Senado

Diante da grita na base, o PSDB convocou uma reunião extraordinária de líderes para o próximo sábado (10) para decidir se permanecem ou se abandonam a base aliada do governo de Michel Temer.

É justamente no sábado que está previsto o encerramento do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a cassação ou não. A ação foi movida pelo PSDB após a derrota nas urnas em 2014.

"Dizer que 'se o PSDB sair, a crise vai agravar', eu não concordo com isso, porque a crise já está agravada e a cada dia, piora. O PSDB tem que desapegar desses cargos, sair do governo e continuar trabalhando pelo país de fora do governo", disse a deputada tucana.

A bancada dos deputados federais do PSDB foi a primeira a defender a saída do governo assim que foram revelados o conteúdo da conversa de Temer com o empresário da JBS, Joesley Batista. Os parlamentares defendem que todos os cargos no governo federal sejam entregues e se anuncie a ruptura.

O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), tenta manobrar. Convocou as bancadas no Congresso e os presidentes de diretórios tucanos estaduais, em vez de consultar apenas a Executiva do PSDB.

Atualmente, o PSDB comanda, entre outros ministérios, o das Relações Exteriores (Aloysio Nunes) e o da Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy).