Prisão de Loures cria mais dificuldades para governo sobreviver

A prisão do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, ocorrida na manhã deste sábado (3), cria um fato político negativo para o presidente Michel Temer, trazendo mais complicadores políticos e jurídicos no momento em que o peemedebista luta para permanecer no poder. Temer travará batalha no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na semana que vem e enfrenta um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) que tem andado com celeridade.

Por Kennedy Alencar

Michel Temer - Foto: Evaristo Sa/AFP

Cresce a possibilidade de eventual delação premiada, apesar de o advogado de Rocha Loures, Cezar Bitencourt, ser contrário a essa possibilidade. Bitencourt tem dito que a prisão é uma forma de forçar eventual colaboração com a Justiça.

No entanto, uma eventual delação premiada não deve acontecer rapidamente, salvo uma mudança radical da estratégia jurídica de Rocha Loures. Ainda que ocorra decisão nesse sentido, são necessárias tratativas que demandariam semanas e até meses, se obedecido trâmite normal.

Mas a prisão de Rocha Loures já causa dano político a Temer, dificultando articulações junto a políticos e empresários para permanecer no poder. É provável que a detenção do ex-assessor presidencial acelere a apresentação de denúncia contra Temer. Advogados do presidente e um grupo de deputados federais têm questionado as condutas do ministro Edson Fachin e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Já era esperada a prisão, até por comparação com o que aconteceu em relação a acusados sem mandato parlamentar ou cargo executivo que foram investigados a partir da delação de Joesley Batista. Exemplo: a irmã do senador Aécio Neves, Andréa, está presa.

Como Rocha Loures deixou o mandato de deputado federal, perdeu prerrogativas que dificultavam a sua prisão.