Somos todos Poliana

 A vida nossa de cada dia virou de cabeça para baixo com o mundo político a cada momento mais surpreendente, como se fosse uma grande comédia, um drama, um filme de terror, um filme de gangster, mas, sem mocinhos ou heróis, de sonhos e desilusões, de vitórias e derrotas e de luta constante contra o caos que se instalou no país e parece não ter fim.

Almir Forte*

Quem ainda tem a coragem de assistir aos telejornais não suportam a mesma notícia, o mesmo fato, as vezes muda o personagem, mas, são a forma e os objetivos das notícias que nos deixam perplexos com a maioria dos apresentadores, que parecem terem assumido o lugar dos atores. E dessa forma, tentam apresentar um cenário econômico e social de fazer inveja a jovem Pollyanna, personagem juvenil da romancista norte-americana Eleanor H. Porter.

E os mais “famosos” e tradicionais meios de comunicações, querem nos fazer crer que não há saída sem Temer, que não seja outro Temer. Ou seja, outro nome a ser eleito de forma indireta pelo Congresso Nacional, com os mesmos compromissos que o atual que será continuar as reformas que retiram direitos e enterre de uma vez por todas o sonho de aposentadoria dos brasileiros, enquanto assistimos como simples expectadores, ao vivo e a cores a mais esse triste espetáculo.

Os “revoltados” com a corrupção que foram as ruas vestindo camisas verde e amarelo da CBF, com cartazes em que diziam “Somos Todos Cunha”, “Cunha meu Malvado Favorito” e outros que pediam a volta dos militares, há algum tempo desapareceram, como se nunca tivessem existido e as varandas gourmet, também já não batem mais panelas ou promovem apitaços.

Acontece, que a maioria dos brasileiros não estão dispostos a ficar fazendo o “jogo do contente”, acreditam e vivem uma realidade com a qual não concordam e pretendem mudar, querem construir uma nova, diferente daquela em que vivem a maioria dos apresentadores e alguns colunistas, que falseiam e maquiam a realidade com o objetivo de confundir e vender ilusão.

E nesse labirinto de contradições, onde o ódio e a intolerância foram elevados ao máximo, começa a acontecer o que até pouco tempo parecia impossível, a união de diversos setores da sociedade em busca de uma saída que não seja a continuidade, a busca por um consenso onde a população seja ouvida de forma livre, independente, soberana e consciente para escolher através de eleições diretas, um novo Presidente da Republica.

E assim, aqueles que hoje são ignorados pela grande mídia que tenta impor mais uma vez a sua vontade como bons vendedores de ilusões, não conseguem nada, além, é claro, de semear uma grande tempestade que vai aos poucos despertando a consciência daqueles que um dia sonharam e viveram no mundo de poliana, acordam e gritam em alto e bom som: Não somos todos Poliana.