Em meio à debandada no governo, presidente do BNDES se demite

Maria Silvia, que foi indicada para a função pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles, esteve com o presidente Michel Temer na tarde desta sexta (26), no Palácio do Planalto.

Desde o começo do mês circulavam informações de que ela poderia ser substituída, algo que foi negado pelo governo. Na época, a própria economista afirmou que "não faltava" a ela "apoio do presidente Michel Temer".

Na carta que enviou aos fuincionários do banco, Maria Silvia informa que o diretor Ricardo Ramos, do quadro de carreira do BNDES, vai assumir interinamente a presidência da instituição. A saída da economista ocorre após o agravamento da crise na gestão Temer, que tem provocado a debandada de auxiliares e aliados. 

O Planalto confirmou que Maria Silvia está deixando o cargo. Em nota, Temer afirmou que ela presidiu o banco "de forma honesta, competente e séria por pouco mais de um ano" e que "seu trabalho honrou o governo e moralizou um setor estratégico para o país, despolitizando a relação com o setor empresarial e elegendo critérios profissionais e técnicos para a escolha de projetos a serem contemplados com financiamentos oriundos de recursos públicos".

Maria Silvia tomou posse como presidente do BNDES em 1º de junho do ano passado. Sua gestão  promoveu mudanças nas políticas de concessão de financiamentos do banco. Nesse sentido, ela vinha sendo alvo de pressão de empresários, insatisfeitos com o cerceamento à liberação de empréstimos. Em um trecho da gravação das conversas entre Joesley Batista, da JBS, e Temer, o empresário aparece criticando a atuação da presidente do banco. "Está bem travado", disse ele. Economistas também têm condenado a redução do papel do BNDES – e de demais bancos públicos – no governo Temer.

De acordo com o comentarista políico da GloboNews,  Gerson Camarotti, auxiliares de Temer já admitem que a saída da economista causa um impacto negativo e indesejável num momento de fragilidade do governo.