Temer vai à Justiça para responsabilizar centrais por vandalismo no DF

Na linha de criminalizar os movimentos sociais, que ocuparam as ruas em protesto contra as reformas e pedindo a renúncia de Temer, o governo decidiu, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), que pedirá à Justiça que responsabilize as centrais sindicais pelos atos de vandalismo registrados nesta quarta (24) durante a manifestação na Esplanada dos Ministérios.

Michel Temer - Lula Marques

Depois de recuar e revogar o decreto que autorizava o uso das Forças Armadas para conter os protestos, a AGU informou que aguarda um levantamento dos ministérios sobre os prejuízos causados por grupos infiltrados nas manifestações. Com esse cálculo, diz o órgão do governo, irá "ajuizar ação que vai cobrar o ressarcimento aos cofres públicos contra os organizadores, ou seja, as centrais sindicais". Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a Polícia Federal conduzirá uma perícia nas áreas atingidas.

Em nota, o presidente da CTB, Adílson Araújo, afirmou que as manifestações reafirmaram "a enérgica rejeição do povo brasileiro à agenda reacionária do governo".

"Foi um pronunciamento histórico em defesa dos direitos sociais e da democracia", destacou Adílson. Sobre as cenas de vandalismo, Adilson enfatizou que se tratava de "provocadores a soldo da direita". Ele também salientou que a polícia militar agiu para "dispersar a multidão, lançando bombas de gás lacrimogênio sobre os manifestantes", que protestavam pacificamente.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, também condenou os atos de vandalismo e violência na manifestação. "A nossa central respeita as autoridades, os poderes constituídos, as instituições republicanas e os bens públicos e privados. Foi com esse espírito que a UGT participou da manifestação de ontem [quarta], realizada em Brasília por trabalhadores de todo o Brasil", declarou.