A palavra ou o fantoche

 Vivemos tempos sombrios, principalmente após a divulgação de uma gravação envolvendo o presidente Temer em diversos crimes, confirmando que o golpe parlamentar/midiático contra a Presidente Dilma tinha como objetivos impedir as investigações da lava jato, acabar com a CLT e a Previdência, entregar o país aos banqueiros, fatiar e vender em partes a Petrobras e entregar o pré-sal as empresas estrangeiras.

 Almir Forte*

Com a divulgação do áudio em que Temer aprova e incentiva a compra do silêncio do ex-deputado prisioneiro Eduardo Cunha, seu governo, que já era rejeitado por 92 por cento dos brasileiros, perde importantes apoios, entre eles a Rede Globo, cujos apresentadores perplexos e quase gaguejando fizeram a divulgação em primeira mão.

Na correria por holofotes, o relator da Reforma Trabalhista, Senador Ricardo Ferraço (PSDB) logo anunciou que a partir daquele momento a Reforma estaria suspensa, não haveria clima para continuar. No entanto, menos de uma semana depois voltou atrás e apresentou o relatório na Comissão, sem quaisquer modificações, do mesmo jeito que saiu da Câmara dos Deputados. O que terá feito o Senador Ricardo Ferraço mudar de ideia? Seu partido, o PSDB? Os banqueiros? A FIESP? Ou o próprio Temer?

Os capixabas que elegeram o senador certamente o têm como um homem de palavra, não um fantoche a serviço dos grupos empresariais tais como os que corromperam a política brasileira e têm seus diretores nos presídios, em prisão domiciliar ou em Nova York descansando, após gravar o presidente Temer, entregar a gravação a Justiça e gozar dos benefícios da delação premiada.

Por isso mesmo, esperam, acredito eu, que o Senador Ricardo siga o exemplo de tantas outras lideranças, inclusive seu próprio pai, deputado Theodorico Ferraço, que, é forçoso reconhecer, mesmo sem comungar com a ideologia política da esquerda brasileira, teve a coragem de, em plena ditadura militar, romper com o presidente General Figueiredo e apoiar a campanha das diretas já, proposta por Dante de Oliveira.

Neste momento, o senador, mesmo tendo apoiado o golpe contra a presidente Dilma, tem nova oportunidade de escolher o lado certo da história, ficando ao lado da população, que é contra as reformas trabalhistas e previdenciárias, contra a entrega do país ao capital internacional e a favor de eleições diretas para Presidente da Republica, devolvendo mais uma vez o poder ao seu verdadeiro dono, o povo.

Esta é a hora em que se separa de um lado os verdadeiros democratas, defensores dos brasileiros, e, de outro, aqueles que nunca foram o que tentaram demonstrar. É a hora de ver com quem são seus compromissos, quais são nossos verdadeiros representantes comprometidos com a população que está nas ruas, nas redes sociais e na luta permanente por eleições diretas para substituir o ilegítimo e criminoso presidente Temer e restaurar no país a democracia que nos foi covardemente roubada.

 Queremos eleições diretas já!