Contra manifestantes, Temer coloca Exército nas ruas

Não bastasse a Polícia Militar reprimir de forma violenta a marcha que reúne trabalhadores e movimentos sociais, em Brasília, o governo federal decidiu colocar o Exército nas ruas. Em entrevista coletiva, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou que as Forças Armadas foram convocadas para “a garantia da lei e da ordem” no Distrito Federal, a partir desta quarta-feira (24) e até o dia 31 de maio. 

exército nas ruas - (Paulo Whitaker/Reuters

A marcha, convocada pelos trabalhadores com o apoio das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, é contra as reformas trabalhista e previdenciária e foi fortemente reprimida pelo Choque, da Polícia Militar. Os participantes do protesto também pediram a saída do presidente Michel Temer e a realização de eleições diretas.

Embora  a PM ou o Corpo de Bombeiros ainda não tenham confirmado números, existem informações de que há dezenas de feridos entre os manifestantes, principalmente atingidos por balas de borracha.

Na coletiva, realizada por volta das 16h30, Jungmann tentou justificar a decisão do presidente Michel Temer de convocar o Exército: “O senhor presidente da República faz questão de ressaltar que é inaceitável baderna, inaceitável o descontrole e que ele não permitirá que atos como esses venham a turbar o processo que se desenvolve de foram democrática e com respeito às instituições”, afirmou.

De acordo com o ministro, a manifestação era pacífica, mas “degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público e na ameaça às pessoas”.

Segundo ele, a presença das Forças Armadas atende a um pedido de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e as tropas irão fazer a segurança dos prédios da Esplanada dos Ministérios. Antes de suspender a sessão na Câmara, na tarde desta quarta (24), Maia disse que pediu ao Planalto o apoio da Força Nacional.