Para MBL e Vem Pra Rua, conteúdo de gravação de Temer é "inconclusivo"

Os grupos da direita MBL e Vem Pra Rua, que insuflaram o golpe contra o mandato da presidenta Dilam Rousseff sob o argumento de "combate à corrupção", informaram que decidiram recuar na posição de convocar manifestações e pedir a renúncia de Michel Temer (PMDB).

Kataguiri e Cunha - Reprodução

Segundo o coordenador do MBL, Kim Kataguiri, "há motivo de sobra para investigar Temer nos áudios", no entanto, para eles o que se tem ainda é "inconclusivo".

"Vamos suspender a posição pró-renúncia até que surjam novas informações", disse ele. O argumento de Kataguiri contrasta com o conjunto de fatos divulgados em torno de Temer.

Nas gravações divulgadas pelo grampo ilegal do juiz Sergio Moro, que violou a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) gravando e divulgando o conteúdo da conversa entre Dilma e Lula, a presidenta apenas informava que estava enviando um documento para o ex-presidente assinar, já que a sua ida para a posse era incerta por conta de problemas de saúde de sua esposa, Marisa Letícia.

Nas gravações divulgadas a partir da delação do empresário Joesley Batista, o agora presidente Michel Temer ao ouvir o empresário contar ações para comprar o silêncio de Eduardo Cunha, respondeu:"Tem que manter isso, viu?", por exemplo. Além disso, o empresário contou também que estava corrompendo um juiz e um procurador para obter vantagens e Temer disse: “ótimo, ótimo”.

O Vem Pra Rua também suspendeu a convocação que havia feito para atos no domingo (21), alegando motivos de segurança. Segundo comunicado, "o adiamento não significa recuo; ao contrário, nada abala nossa convicção de que todos, sem exceção e de que partidos forem, devem ser punidos pelos crimes cometidos".

A coordenadora do Nas Ruas, Carla Zambelli, utilizou as redes sociais para dizer que é hora de "assentar a poeira, colocar o pé no chão e ver o que está acontecendo".

Apesar do discurso apartidário, os atos realizados por esses grupos foram financiados por diversos partidos pró-golpe como o PSDB, o DEM, o Solidariedade e o PMDB, partido de Temer e Eduardo, para realizar os atos deflagrados em apoio ao golpe.