Equador repudia ingerência dos Estados Unidos na Venezuela

O governo do Equador qualificou como “ingerência” o pedido dos Estados Unidos para discutir a situação da Venezuela em sessão reservada no Conselho de Segurança da ONU e destacou que o país sul-americano “não representa uma ameaça para ninguém”.

Guillaume Long - Nodal

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Guillaume Long, afirmou que seu país está preocupado com a atitude dos EUA de tentar debater a situação da Venezuela de forma arbitrária e destacou “apoiamos o diálogo e rechaçamos a ingerência”.

Long disse ainda que a Venezuela “não é uma ameaça contra a segurança de ninguém” e por isso não é um tema que deve ser tratado em sessão reservada no Conselho de Segurança da ONU.

Já o presidente do Conselho de Segurança da ONU, Elbio Roselli, garantiu que o organismo internacional apoia a Venezuela para encontrar uma solução política interna através do diálogo. “Nossa principal preocupação é tratar de não alterar os ânimos e sim construir pontes necessárias para que os venezuelanos encontrem a melhor forma de resolver esta situação”, disse o diplomata uruguaio.

Por outro lado, a embaixadora estadunidense na ONU, Nikki Haley, argumentou que “falar da Venezuela no Conselho foi uma tentativa de prevenção porque já partimos por este caminho antes, com a Síria, Coreia do Norte, Sudão do Sul, Burundi e Birmânia”.

Enquanto isso, o embaixador venezuelano, Rafael Ramírez, denunciou a “postura ingerencista” de Washington, que segundo ele alimenta os grupos responsáveis por causar os focos de violência nas manifestações em seu país. “A Venezuela resolverá seus problemas internos, e o faremos nós mesmos”.

Nesta quinta-feira (18), a Rússia ratificou seu rechaço à ingerência norte-americana na Venezuela e estabeleceu medidas de apoio ao diálogo nacional “apegado à Constituição” entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição.

Segundo o diretor do Departamento de América Latina da chancelaria russa, Alexander Schetinin, a solução para a Venezuela deve ser debatida nem nenhuma interferência externa. “Os venezuelanos devem resolver sozinhos seus problemas internos, estabelecer acordos entre eles e se a comunidade internacional puder ajudar para ir à mesa de negociações será importante”.