Com provas, Fachin aceita denúncia e Temer é investigado

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer. Com isso, Temer passa à condição de investigado na Operação Lava Jato. As especulações de uma eventual renúncia aumentaram com a decisão do Supremo.

Temer contando as horas - Lula Marques

O pedido de investigação foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e foi feito após o vazamento das delações do dono da JBS, Joesley Batista, que afirmou a Fachin ter gravado uma conversa em que Temer apoia a compra do silêncio de Eduardo Cunha na prisão. "Tem que manter isso, viu?", disse Temer, segundo Joesley.

Além da obstrução à Justiça, Temer também teria passado informação privilegiada a Joesley, sobre o corte da taxa básica de juros (Selic) que ainda seria feito pelo Copom, do Banco Central.

Pela Constituição, o presidente da República só pode ser investigado por atos cometidos durante o exercício do mandato e com autorização do STF. Os fatos narrados por Joesley teriam sido cometidos em março deste ano, com Temer na Presidência.

O ministro do STF, Edson Fachin, homologou a delação premiada dos donos do grupo JBS, que ainda permanecem sob sigilo.