Professores argentinos marcham contra o desmonte da educação pública

Milhares de professores ocuparam as principais ruas da capital argentina, Buenos Aires, nesta quarta-feira (17), para rechaçar os ataques neoliberais de Maurício Macri contra a educação pública superior. Segundo o professor Martín Ogando, da Faculdade de Ciências Sociais da UBA (Universidade de Buenos Aires), a manifestação é composta por docentes de todo o país.

Manifestação de professores em Buenos Aires - El Jujeno

No meio das muitas faixas e cartazes que os manifestantes mostravam, podia ler-se “Docentes em luta, em defesa da universidade pública e dos salários”. Ogando explicou que as negociações salariais continuam estancadas, com o governo de Maurício Macri. Os professores exigem aumento de 35% para compensar a inflação de 2016 e as taxas exorbitantes decorrentes da política de austeridade do presidente. A contraproposta, no entanto, oferece apenas 20%.

Entre as reivindicações dos docentes está também a regularização da situação dos professores contratados, a plena aplicação do acordo coletivo de trabalho, a reintegração de 500 investigadores despedidos e aumento do orçamento destinado às universidades.

Defesa do Ensino Superior público

Segundo os sindicatos, a Marcha Federal Universitária, que passou por um largo processo de construção regional, tem adesão de 80% da categoria. Para o dirigente da Federação Nacional de Docentes Universitários, Carlos de Feo, a mobilização mostra “a repulsa [dos professores] frente ao desprezo [do governo] pela situação dos trabalhadores”.

De Feo afirmou que o governo de Macri pretende “entregar os estudos universitários à atividade privada” e “introduzir as lógicas de mercado naquilo que sobrar de universidade pública”, colocando-a ao serviço do grande capital. “É contra esta política que estamos a lutar”, denunciou.