Lu Castro: O futebol é de encher os olhos

Desde o dia 2 até o dia 25 de maio, o Sesc Consolação abriga o Festival “De encher os olhos – O esporte do povo na tela do cinema”, cuja curadoria foi solicitada a esta escriba.

Cartaz da mostra Encher os Olhos, do Sesc Consolação - Sesc

Reproduzo aqui, parte do conteúdo do livreto de mediação, que conta um pouco da abordagem do projeto e os filmes escolhidos para exibição.

O futebol retratado no cinema documental ou ficção

Contemplar a união de duas das maiores paixões contemporâneas, permeou o processo de planejamento do Festival “De encher os olhos – O esporte do povo na tela do cinema”.

Abordar o tema, contar histórias reais por meio de um determinado recorte e acolher a ficção onde o futebol é tratado como tema central ou fio condutor, determinou a seleção: A era de ouro do Derby, Campo de jogo, Palmeiras, o campeão do século, O Corinthiano, Fla x Flu – 40 minutos antes do nada, 1958 – O ano em que o mundo descobriu o Brasil, Geraldinos e Linha de Passe.
Para além do caráter lúdico, o futebol transita e se alia espontaneamente com elementos do cotidiano humano, utilizando também a arte como catalisador de valores imateriais.

Com oito exibições – três delas dedicadas ao centenário do Derby Paulista, seguidas de bate-papo com cineastas, jornalistas, escritores, pesquisadores e acadêmicos, a proposta primordial é dilatar os conceitos de futebol no cinema e suas mais variadas vertentes e, ao mesmo tempo, conferir o caráter festivo e popular do jogo.
 

Passando por relatos de torcedores, pela beleza, simplicidade e profundidade do futebol amador, encontros que mobilizam multidões e conquistas gloriosas, de 2 a 25 de maio o Sesc Consolação tem a incumbência de regozijar os olhos e a alma da plateia.

Na sessão de abertura, no dia 2 de maio, recebemos o codiretor do documentário “A era de ouro do Derby”, Arthur Lima, e os jornalistas Juca Kfouri e Maurício Noriega. Como fio condutor do bate-papo, as lembranças dos dois colegas, corintiano e palmeirense, respectivamente, de jogos, matérias, conquistas e derrotas que permeiam a história dos dois clubes.

A rivalidade que completou cem anos no dia 6 de maio, ainda foi tema de mais dois filmes. Em “Palmeiras, o campeão do século”, de Mauro Beting e Kim Teixeira, exibido no dia 9, contamos com a presença de Celso Unzelte e André Ribeiro, dois corintianos com profundos conhecimentos da história do Derby.

Na sequência a sala se encheu de gargalhadas com “O Corinthiano”, de Mazzaropi. O caricato e alucinado corintiano Mané do Velho Mazza foi debatido pelo Professor Rubens Machado e Antero Greco, ambos torcedores do “Guarani”.

A várzea foi lindamente retratada no dia 4 em “Campo de jogo”, de Eryk Rocha. Com uma abordagem documental fora do quadrado habitual, a sala se encheu dos mais variados sons, imagens sensacionais e a emoção que só o compromisso único e absoluto com o futebol é capaz de gerar. No bate-papo, o jornalista, documentarista e idealizador da Central 3, Paulo Jr, e o especialista em várzea e responsável pelo portal Várzeapédia, Diego Viñas. Paulo Jr. discorre sobre o filme aqui.

Entramos nesta terça, 16, no segundo tempo do festival com o documentário “Fla x Flu – 40 minutos antes do nada”. No bate-papo pós exibição teremos o diretor e roteirista Renato Terra, Sacha Rodrigues – neto primogênito de Nelson Rodrigues, e Rodrigo Barros, autor dos livros “De Oswald Gomes a Fred: A história do Fluminense Football Club no centenário da Seleção Brasileira” e “Da rebelião à glória: O Fluminense e a conquista da Primeira Liga”.

Na quinta, 18, recebemos o documentário razão de lágrimas de emoção desta que vos escreve: “1958 – o ano em que o mundo descobriu o Brasil”, de José Carlos Asbeg. O documentário conta a trajetória da seleção brasileira na conquista do Mundial da Suécia. No bate-papo o diretor José Carlos Asbeg e o Professor Rubens Machado.

A família Asbeg se faz presente no festival na exibição de “Geraldinos”, de Pedro Asbeg, no dia 23. Pedro participa do bate-papo ao lado do amigo jornalista, fundador e idealizador da Central 3, Leandro Iamin.

E para fechar o jogão no Teatro Anchieta no dia 25, teremos bate-papo com o ator Vinícius Oliveira, com atuações destacadas em “Central do Brasil”, “Boi Neon” e “Assalto ao Banco Central” e o produtor e responsável pelo Cinefoot, Antonio Leal, pós exibição do filme “Linha de Passe”.

Melhor que tudo isso? Tem! A entrada é gratuita. Aproveita que dá pra pegar o segundo tempo deste jogão entre cinema e futebol.