Jogadores do Brasileirão protestam contra reformas trabalhistas

Jogadores dos 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro 2017 usarão tarjas pretas no braço em protesto contra reformas trabalhistas da Lei Pelé que tramitam no Congresso Nacional.

Protesto futebol - Foto: Chuteira FC

As mudanças, segundo a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), tiram direitos de atletas com alterações importantes na legislação. Nos dois jogos deste sábado (13/5), marcando abertura do Brasileirão, jogadores nas partidas Flamengo 1 x 1 Atlético-MG, no Maracanã, e Corinthians 1 x 1 Chapecoense, no Itaquerão, usaram a tarja preta no braço. Protesto deve ser maior neste domingo (14/5) nos oito jogos da rodada de abertura do maior campeonato do Brasil.

A Fenapaf, que alcança cerca de 30 mil atletas, lançou no seu site algumas das alterações propostas que ferem, e muito, os direitos dos jogadores. Dirigentes da entidade de atletas conseguiram, por meio de mensagens, reunir os capitães dos 40 clubes das Séries A e B do Brasileiro e organizar o protesto contra as reformas da Lei Pelé. Esse movimento é o primeiro da classe de jogadores profissionais desde que o Bom Senso FC, criado há três anos, perdeu força.

Alterações na Lei Pelé não se restringem a corte nos direitos dos jogadores profissionais. Está em curso também uma profunda mudança nas Leis Trabalhistas permitindo que meninos abaixo de 14 anos possam assinar contratos com clubes quando cumprirem 12 anos de idade. Essa alteração conta com apoio irrestrito da CBF e da maioria dos clubes brasileiros, capitaneados pela Bancada da Bola, deputados aliados da CBF, no Congresso Nacional. E forte rejeição do Ministério Público do Trabalho (MPT).

“A exportação prematura dos nossos talentos é um grave problema. E, como antes de 14 anos eles não podem ter vínculo com os clubes, não conseguimos mantê-los no Brasil”, disse Walter Feldman, secretário-geral da CBF, ao El País Brasil, que publicou neste sábado (13/5) uma grande matéria sobre assunto (clique aqui).

Enquanto a CBF usa os deputados da Bancada da Bola para aprovar mudanças na Lei Pelé, clubes não se manifestam. Em contrapartida, os jogadores começam a dar a cara a bater, mesmo com o gesto simbólico das tarjas pretas no braço durante os jogos de abertura do Brasileirão 2017. E o silêncio sobre o assunto nas entrevistas antes e depois dos jogos.

Veja quais são as principais mudanças na Lei Pelé rejeitadas pelos jogadores, de acordo com publicação no site oficial da Fenapaf: