Ato na Câmara em homenagem ao 1º de maio condena reformas 

Na semana em que se comemora o Dia do Trabalho (1º de maio), parlamentares progressistas realizaram sessão solene para homenagear os trabalhadores. A celebração, realizada na quinta-feira (04), no entanto, virou ato em defesa da democracia e contra os desmontes trabalhistas e previdenciários.

Sessão solene ao 1º de maio 2017 camara dos deputados

O deputado Assis Melo (PCdoB-RS), um dos autores do pedido da sessão, lembrou da votação da Reforma Trabalhista, quando se vestiu de soldador e causou espanto no Plenário da Câmara. O parlamentar, que é metalúrgico, tentava chamar atenção aos prejuízos que o então PL 6787/16, já renumerado no Senado (PLC 38/17), gerará aos trabalhadores caso vire lei.

“Vivemos tempos de ameaça à democracia. O trabalho causa espanto nesta Casa. Nos censuram. Não podemos permitir que eles avancem. A greve geral mostrou a força do povo. As manifestações precisam continuar. Precisamos de uma frente ampla em defesa da soberania da nossa nação”, afirmou Assis Melo.

O parlamentar criticou ainda o Projeto de Lei (PL) 6442/16, do tucano Nilson Leitão (MT), que prevê o pagamento do trabalhador rural com casa e comida. As propostas, listadas em 166 artigos, preveem ainda jornada de até 12 horas diárias "ante necessidade imperiosa ou em face de motivo de força maior"; interrupção do repouso semanal por até 18 dias ininterruptos de trabalho e, ainda, venda das férias para o funcionário que residir no local de trabalho.

“Olha a que ponto chegamos? Que tipo gente propõe um projeto desses? Que futuro queremos dar ao nosso povo?”, indagou Assis Melo.

Enquanto o parlamentar criticava a proposta, num canto do Plenário, Nilson Leitão tentava convencer três deputados da importância e da necessidade do seu texto. “Estamos regulando ações que já acontecem no campo. Isso irá barrar as inúmeras ações que existem hoje”, disse o deputado ao trio.

Com o projeto, o tucano quer na verdade regulamentar o trabalho escravo ainda encontrado no país e acabar com as ações e indenizações cobradas em propriedades que utilizam este tipo de mão de obra ilegal.

Durante a sessão solene, foram feitas diversas falas em repúdio às ações do governo de Temer e de sua base. Deputados do PT, Psol, PDT se revezaram em defesa dos trabalhadores. Uma fala, porém, destoou. O peemedebista Hildo Rocha (MA) usou seu tempo para defender as reformas de Temer e criticar as ações do governo de Flávio Dino. O parlamentar saiu vaiado e com um sonoro Fora Temer entoado pelos presentes.