PCdoB-SC lança nota em apoio a Professora Marlene de Fáveri

O PCdoB-SC divulgou nota onde destaca todo o apoio a prefessora Marlene de Fáverí, historiadora e professora da UDESC que está sendo perseguida por uma ex-aluna integrante da doutrina do movimento Escola Sem Partido. "O que a professora enfrenta é uma evidente censura e perseguição ideológica" diz a nota que expressa ainda o desejo de que a democracia e a livre docência saiam vitoriosas desse processo.

Professora Marlene de Fáveri Udesc - Udesc

Moção de Apoio a Professora Dra. Marlene de Fáveri

Destacamos por essa moção todo nosso apoio à professora Dra. Marlene de Fáveri, historiadora, docente e pesquisadora na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),

Acusada de “cristofobia” e “ideologia de gênero”, termos utilizados de forma inverídica pela Escola Sem Partido, em processo por uma ex-mestranda apoiada pela Escola Sem Partido, fã pública de Jair Bolsonaro, publicando em suas redes sociais manifestações como “toda vez que uma mulher é empoderada, a civilização é enfoderada” ou que “mulheres gostam de apanhar” e manifestações completamente avessa a igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Expressamos nosso respeito as diversidades de concepções e expressões, a partir dos preceitos democráticos, constitucionais e de pensamento crítico, tanto nos ambientes escolares, acadêmicos e de convivência em sociedade

A expressão do pensamento crítico e do livre debate foi uma conquista da luta pela democracia em nosso país, não queremos que jamais se retome o cerceamento vivido nas salas de aulas durante o período da ditadura militar. Nos manifestamos contrários ao projeto apresentado pela Escola Sem Partido que busca amordaçar e censurar a livre expressão e defesa de ideais.

Os debates em salas de aulas, com a livre expressão entre estudantes e professores não podem e não devem estar ameaçados de se transformar em processos e condenações a partir de divergências.

O fato de a professora Marlene de Fáveri, pesquisadora feminista na área dos estudos e relações de gênero, solicitar o fim do processo de orientação da ex-aluna por divergências de pontos de vistas é um direito – que cabe tanto à docentes como discentes inclusive – principalmente porque tais divergências só se tornaram conhecidas pela professora durante os meses que se seguiram no inicio das aulas e orientação da aluna. O direito de solicitar a troca de orientador/a está previsto em todas as pós-graduações e não raras vezes solicitado pelas partes no meio acadêmico.

O que a professora Dra. Marlene de Fáveri enfrenta é uma evidente censura e perseguição ideológica.

Conhecemos a renomada e respeitada professora Marlene de Fáveri. Suas pesquisas relacionadas as comunidades imigrantes de Santa Catarina durante a Segunda Guerra Mundial e sobre as Relações de Gênero e Feminismos, são profundas, importantes e substanciais para a historia da sociedade catarinense. Suas participações como palestrante em seminários nacionais e internacionais respaldam sua vida e carreira pública jamais maculada por qualquer evidencia de má conduta ou assedio contra qualquer estudante. Fato bem diferente do que se levanta sobre a ex-aluna processa a professora Marlene por “cristofobia”.

Que a democracia e a livre docência sejam vitoriosas nesse processo. Que a professora Marlene de Fáveri, tão querida e respeitada pela comunidade acadêmica e todas as pessoas que defendem a diversidade de expressão do pensamento crítico, conte sempre com nosso apoio e com a justeza da justiça.

Florianópolis, 02 de abril de 2017.