Dia de paralisações mobiliza baianos contra as reformas de Temer

O Dia de Luta Contra a Reforma da Previdência e pela Democracia, nesta sexta-feira (31/03), mobilizou baianos contra as reformas propostas pelo presidente Michel Temer, consideradas lesivas aos trabalhadores, especialmente a previdenciária. Em Salvador, dois atos mudaram a dinâmica da capital: uma paralisação na região do Iguatemi, no início da manhã, e uma passeata no Centro, no final da manhã.

A escolha da data dos protestos, que também foram em defesa da democracia, é simbólica: neste dia 31 de março completam-se 53 anos do golpe militar de 1964. Foi uma associação dos tempos de chumbo ao governo Michel Temer, considerado autoritário, e que chegou ao poder sem o voto popular, por meio de um golpe institucional.

As referências ao golpe militar também estão nas escolhas dos locais para os atos em Salvador. A concentração da passeata aconteceu no Campo da Pólvora, onde estão o monumento aos Mortos e Desaparecidos Políticos da Bahia e o Fórum Ruy Barbosa; e seguiu para o Forte do Barbalho, um dos locais onde eram detidos e torturados os presos políticos da ditadura.

A passeata, puxada pelas frentes Brasil Popular (FBP), Povo Sem Medo (FPSM) e pelas centrais sindicais, reuniu mais de 20 mil pessoas, principalmente trabalhadores, estudantes e dirigentes dos movimentos social e sindical. O ato também recebeu a presença do senador Lindbergh Farias (PT/RJ), um dos principais nomes da posição a Temer no Senado Federal.

Deputada federal pelo PCdoB baiano, Alice Portugal (PCdoB/BA) também esteve na passeata e reafirmou o compromisso de lutar, no Congresso Nacional, para barrar as propostas de Temer, que incluem também a reforma trabalhista. “Não aceitaremos essas reformas que vêm de um governo que não teve voto. Vamos continuar nas ruas dizendo ‘Fora Temer’”, afirmou a parlamentar, na concentração do ato.

A vice-presidenta estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Rosa de Souza, lembrou que, no ‘pacote de maldades’ do presidente, também há a proposta de limitação dos gastos públicos por um período de 20 anos e reafirmou o pedido de resistência popular. “Nós sabemos o que as propostas significam. O que eles querem é retirar nossos direitos, mas nós não iremos aceitar”, disse.

As mobilizações em Salvador continuam. A partir de agora, as entidades preparam a Greve Geral, já marcada para o dia 28 de abril.

De Salvador,
Erikson Walla