Pesquisadoras comprovam desigualdade de gênero nas ciências

Segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) o número de pesquisadoras na área das Ciências Exatas no Brasil mais do que dobrou entre os anos de 2011 e 2016, mas a participação das mulheres ainda não atinge 30% das bolsas oferecidas pelo órgão. Pesquisadoras vencedoras do Prêmio Mulheres nas Ciências, entregue nesta quinta-feira (30) pelo governo da Bahia, destacaram a importância de se combater a desigualdade de gênero no meio científico.

Premio Mulheres cientistas Bahia

Durante o agradecimento das premiadas, foi consenso a importância em incentivar a participação feminina nas pesquisas, o combate às desigualdades de gênero no meio científico e a implementação de ações afirmativas para valorizar o mérito científico das pesquisadoras. “Gostaria de lembrar que apesar da questão de gênero ter diminuído, ainda somos minoria no número de publicação e de autorias de projetos importantes”, declarou a pesquisadora Vanessa Hatje.

Vanessa é doutora em oceonagrafia e foi premiada como pesquisadora de destaque ao lado da pós-doutora em Ecologia, Blandine Felipe Viana. Já na categoria jovens pesquisadoras, as selecionadas foram a doutora em Matemática, Luciana Silva Salgado, a doutora em Farmácia, Eliane de Oliveira Silva, a pós-doutora em Farmácia, Darízy Flávia Silva Amorim de Vasconcelos, e a pós-doutora em Ciências Biológicas, Lorena Andrade Nunes. 

Estimular o protagonismo das pesquisadoras é o objetivo do prêmio realizado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb). O Brasil é o país com mais igualdade de gênero na pesquisa científica, segundo o estudo "Gender in the Global ResearchnLandscape – divulgado em março – mas a visibilidade do protagonismo das pesquisadoras ainda é tímida.
 
Titular da SPM-BA, Julieta Palmeira agradeceu ao núcleo de professores presentes no evento e salientou a importância da integração entre a academia e o governo, citando nominalmente as diretoras da Faculdade de Farmácia, Tânia Barros, da Escola Politécnica, Tatiana Dumêt, e do Instituto de Geociências, Olívia Cordeiro, todas da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 
 
De acordo com a secretária, existe uma grande luta para que a Bahia retome o caminho do desenvolvimento científico e de inovação do país, e o papel da mulher é fundamental nesse aspecto. “Devemos incentivar que as jovens participem das áreas científicas. As pesquisadoras brasileiras não precisam provar sua capacidade. Elas precisam de oportunidade para dar visibilidade aos seus trabalhos. Por isso essa premiação é tão importante”, declarou.
 
Diretor-presidente da Fapesb, Lázaro Cunha ressaltou a satisfação em fazer parte da iniciativa junto às secretarias estaduais. “Esse prêmio tem o papel estratégico de reconhecer os talentos femininos nas ciências e tecnologia no estado, além de entender a importância da diversidade”. A superintendente de Inovação da Secti, Acácia Pinho – que representou o secretário Estadual José Vivaldo Mendonça – declarou que a premiação é para chamar a atenção para a eficiência das mulheres em todas as áreas, inclusive na pesquisa.
 
Participaram do evento a secretária Estadual de Trabalho, Emprego e Renda, Olívia Santana, a chefe de Gabinete da UFBA, professora Suani Tavares, o vice-reitor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Fábio Félix, além de representantes de entidades governamentais, do Judiciário, Legislativo, movimentos sociais e representantes de universidades, entre outros.   

Crédito da foto: Secretaria de Comunicação Social do Governo da Bahia