Atos do dia 31 de março dão largada para greve geral em abril

As centrais de trabalhadores anunciaram nesta terça-feira (27) que o Brasil vai parar no dia 28 de abril em protestos contra as reformas da Previdência Social, trabalhista e contra a terceirização irrestrita. Na próxima sexta-feira (31), as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo estarão nas ruas em atos pelo Brasil contra a reforma, um esquenta para a greve geral. 

Por Railídia Carvalho

Mobilização ato do dia 15 de março contra reforma da previdencia - Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo
O calendário de mobilização para o Dia Nacional de Luta das centrais de trabalhadores incluem em abril assembleias, plenárias e atos nas portas de fábrica. Enquanto as reformas de Michel Temer mantiverem as propostas originais as bandeiras das centrais não abaixarão, garantem os dirigentes das centrais. 
 
“Temos condições de fazer uma grande paralisação até porque o projeto de reforma da Previdência é de uma crueldade que não pode ficar sem resposta”, declarou Wagner Gomes, secretário-geral da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a decisão mostra maturidade das entidades. “Depois que foi votada a terceirização na Câmara e essa ameaça de continuar a reformas da previdência e trabalhista é significativo que as centrais tenham fechado essa posição de parar o Brasil”.
Vagner Freitas, da Central de Única dos Trabalhadores (CUT), afirmou ao site da entidade: “É hora de fazer greve, de a gente conversar na fábrica, na igreja, na escola e mostrar que se não nos mobilizarmos, todos os direitos serão jogados fora. Estamos mais fortes hoje do que antes do dia 15 de março”.
O governo de Michel Temer pretende votar as reformas da previdência e trabalhista ainda no primeiro semestre de 2017, de acordo com Alysson de Sá Alves, jornalista e assessor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar. 
Segundo Alysson, existe vasto material produzido contra as reformas. “Quanto maior a pressão sobre os parlamentares e a conscientização e participação dos trabalhadores e da sociedade teremos condições de modificar as propostas ou até mesmo derrotá-las. Ação e mobilização devem, portanto ser constante.
Luiz Gonçalves (Luizinho), presidente da Nova Central (NCST-SP) afirmou ao site da entidade que a preparação para o grande ato sugerido pelas centrais começa nesta sexta-feira com paralisações, marchas, atos públicos com carros de sons em terminais de ônibus, estações do Metrô e Ferrovias. Em São Paulo, a avenida 25 de Março em SP será local de panfletagem. Segundo Luizinho, cada estado organizará sua forma de manifestação. 
Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas enfatizou que o sucesso dos atos de 15 de março demonstraram que os trabalhadores podem fazer uma greve geral em abril. “Vamos organizar assembleias nas nossas bases, organizar manifestações em abril e preparar o dia 28 como um verdadeiro dia de greve geral. É possível e necessário derrotar essas reformas que querem acabar com os nossos direitos trabalhistas, nossa aposentadoria e manter o trabalho precarizado”.
Wagner Gomes avaliou que Michel Temer exagerou na dose com a reforma da Previdência. “A aposentadoria é mais vinculada à população daí porque a base de sustentação dele não está querendo votar. Ele (Temer) partiu para cima para tentar na base da pressão e intimidação e outros métodos menos lícitos para aprovar a reforma mas vai ter dificuldades e se depender dos trabalhadores não vai passar”, completou o dirigente da CTB.
De acordo com ele as centrais também estão definindo uma estratégia de comunicação com chamadas televisivas divulgando o dia 28 de abril. Segundo ele, é importante que a imprensa de cada sindicato comece desde hoje a divulgar nos boletins a mobilização para a greve geral. Wagner informou ainda que serão impressas em São Paulo dois milhões de exemplares de carta de esclarecimento á população explicando os motivos da greve geral.